Com aportes de R$ 250 milhões, Agrion construirá mais 10 fábricas

A Agrion Fertilizantes Especiais, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, firmou acordo de investimento com a norte-americana Pegasus Capital Partners, o que permitirá aporte de cerca de R$ 250 milhões nos próximos anos. O recurso, aportado pelo Global Fund for Coral Reefs, será destinado à construção de 10 fábricas de fertilizantes especiais, fortalecimento do capital de giro e também ao desenvolvimento de outros produtos.
Hoje, a Agrion possui uma fábrica em Tupaciguara, também no Triângulo, junto à Companhia Bioenergética Aroeira. A unidade, que foi inaugurada em dezembro de 2023, produz cerca de 60 mil toneladas de fertilizantes ao ano. O fertilizante especial é feito a partir da vinhaça e da torta de filtro, resíduos da cana-de-açúcar gerados pela usina. O produto é vendido para a própria usina, para fornecedores da unidade e também para o mercado.
Com o recurso da Pegasus Capital Partners, que é a gestora do Global Fund Coral Reefs, cujo principal cotista é o Green Climate Fund da ONU, o objetivo é replicar o modelo de produção da unidade de Tupaciguara. As plantas industriais da Agrion são construídas no complexo das usinas sucroenergéticas e em formato de economia circular. Assim, há uma otimização dos custos logísticos e geradas sinergias operacionais e comerciais.
Expansão em cinco anos
De acordo com o CEO e fundador da Agrion, Ernani Judice, as 10 plantas serão construídas ao longo dos próximos cinco anos. Cada unidade, que demanda cerca de R$ 30 milhões em investimentos, os valores necessários, além do aporte do Global Fund for Coral Reefs, serão captados pela Agrion.
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Das unidades projetadas, duas localizadas no estado de São Paulo terão as obras iniciadas já em 2025. Minas Gerais também está na rota de investimentos. Conforme Judice, há contratos em negociação avançada com duas usinas para novas plantas no Estado. Outros 10 grupos mineiros estão testando os produtos da Agrion, sendo potenciais futuros projetos de novas plantas.
“Hoje, temos mais de 10 memorandos assinados para construção de novas fábricas. Além da produção dos fertilizantes usando subprodutos da cana-de-açúcar, também estamos avançando para negociações com indústrias de papel e celulose e confinamento de bovinos. No momento, em Minas Gerais, temos dois projetos em fase avançada de negociação com indústrias de cana-de-açúcar. Também estamos conduzindo outros projetos com 10 grandes grupos que estão testando os nossos produtos e que, futuramente, podem se tornar investimentos em novas plantas”.
Além de Minas e São Paulo, o foco da Agrion é atuar também em Goiás, Mato Grosso e na região Nordeste. O objetivo é construir duas unidades por ano.
Agrion diversifica linha de produtos
Conforme Judice, parte do recurso também irá para o desenvolvimento de novas linhas de produtos, como os insumos biológicos e fertilizantes foliares. Hoje, a Agrion produz fertilizante organomineral, de liberação gradual, feito a partir de matéria orgânica proveniente da filtragem do caldo de cana (torta de filtro). Há ainda a produção de fertilizante em farelo e organomineral líquido (feito a partir da vinhaça).
“Na parte foliar, já estamos com produtos definidos com a primeira planta na Aroeira. Estamos fazendo o projeto para adaptação da fábrica. Nos biológicos, estamos em fase de experimentação no campo de produtos, sempre para nutrição. Nosso objetivo é construir mais unidades sempre com produção integrada, economia circular e com foco no aumento da produtividade. Desta forma, há redução dos impactos ambientais no segmento de nutrição de plantas. Temos potencial para crescer muito nos próximos anos e a meta é abrir 20 novas plantas em 10 anos”.
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