Dia Internacional do Café: saiba mais sobre a Região do Cerrado Mineiro, que vai promover o produto na Itália

Nesta terça-feira, 1º de outubro, é comemorado o Dia Internacional do Café. Minas Gerais, que é o maior produtor do grão no Brasil, tem o produto como o mais exportado no agronegócio. O café responde por 40% do faturamento gerado com os embarques do setor. Com um mercado externo importante, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado realizará, entre 1º e 8 de outubro, um road show na Itália. O objetivo é promover o selo de Denominação de Origem (DO) da Região do Cerrado Mineiro (RCM). A comitiva passará por três importantes cidades italianas: Milão, Florença e Roma.
Conforme o diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, a viagem à Itália faz parte da campanha “A verdade é rastreável – promovendo o autêntico Cerrado Mineiro”. O objetivo da campanha é promover uma maior conscientização sobre a marca.
Na Itália, a ideia é destacar a autenticidade e rastreabilidade do café produzido na região. O país é o principal da Europa em número de marcas que utilizam a origem Cerrado Mineiro, por isso, a escolha para o road show. A Federação do Cerrado possui um mapeamento global de países que comunicam a origem Cerrado Mineiro, que, ao todo, somam 44 países. Dentro da Europa, a Itália possui mais ou menos 70 marcas utilizando a origem Cerrado.
“Estas marcas precisam avançar no conhecimento da Denominação de Origem, que é a nossa certificação. Baseado nesse estudo de mercado, a gente escolheu a Itália. No país há muitas denominações de origem locais e o consumidor italiano já tem uma grande familiaridade com esses produtos”, explicou.
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Ainda conforme Tarabal, o consumidor italiano precisa conhecer mais o café brasileiro para que seja possível aumentar o volume de cafés do Cerrado embarcados com o selo de DO e com a marca da região. Há também a necessidade de trabalhar as torrefações italianas, para que elas utilizem e conheçam cada vez mais a origem Cerrado Mineiro.
“Para que isso aconteça, vamos debater a sustentabilidade, a Denominação de Origem, quais são as normas da nossa produção. Vamos falar da nossa história e do propósito como um todo da nossa região”, explicou.
Café do Cerrado Mineiro será apresentado para empresas e consumidores
O tour, que começa no dia 1º de outubro em Milão, contará com a participação de integrantes da Federação do Cerrado, de produtores, representantes de cooperativas e do Sebrae. Ao longo da viagem, será apresentado o processo de certificação da DO para empresas italianas envolvidas na industrialização, importação e comercialização de café, fortalecendo a presença da marca Cerrado Mineiro no mercado europeu.
A visita começa em Milão, em uma ação simbólica para comemorar o Dia Internacional do Café. Neste dia, a illycaffè, uma das maiores empresas de café na Itália, promoverá uma ativação especial em uma das mais famosas estações de metrô da cidade, destacando o café do Cerrado Mineiro com o selo de origem e a prática da agricultura regenerativa.
No mesmo dia, haverá um cupping na cafeteria Cafezal Specialty Coffee, oferecendo aos consumidores italianos uma experiência sensorial com o autêntico café da região. No dia seguinte, outro evento será realizado na mesma cafeteria, desta vez para compradores.
“A illycaffè é uma grande torrefadora, uma grande indústria da Itália e tem um produto com a Denominação de Origem com o selo do Café do Cerrado Mineiro. Vamos comemorar o Dia Internacional do Café com uma ação que vai acontecer direto para consumidores na principal estação de metrô de Milão. O lugar é utilizado por grandes marcas e grifes da Europa para fazerem ativações junto aos consumidores. Então, estaremos lá promovendo o nosso café, promovendo uma degustação, uma experiência com o café do Cerrado”, apontou Tarabal.
A programação segue em Florença, no dia 3, com um evento para torrefadores na cafeteria Ditta Artigianale e se encerra em Roma, no dia 8, com um encontro na Embaixada do Brasil voltado para a indústria de torrefação, com a participação de Vanusia Nogueira, diretora executiva da Organização Internacional do Café (OIC) e de Andrea Illy, presidente da illycaffè.
Estratégia de internacionalização é fundamental para aumento dos embarques
Além de promover a marca Região do Cerrado Mineiro, conforme o diretor-executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, a campanha de internacionalização também tem como objetivo aumentar a demanda por cafés com Denominação de Origem. Assim, há uma promoção não apenas do produto, mas também dos produtores, cooperativas e demais players envolvidos no sistema RCM.
“Ao longo do road show, nós teremos diversas palestras que abordarão a região do Café do Cerrado, sempre finalizando com a degustação dos nosso café e fornecendo brindes informativos. Esperamos como essa rodada aumentar o conhecimento do público italiano, principalmente, dos torrefadores, em como se usa o selo de origem da região, os benéficos, a nossa rastreabilidade e a sustentabilidade da região”.
Conforme Tarabal, na safra 2024/2025, a estimativa é comercializar 600 mil sacas de café com certificado de Denominação de Origem, volume que ficará quatro vezes mais alto que o registrado na safra anterior.
“A grande alta é devido à política nova e estruturada da federação para as cooperativas, onde 100% dos cafés que obtiverem 80 pontos e passarem pelas cooperativas associadas terão o certificado de origem. Vamos aumentar significativamente o volume com selo e, então, precisamos divulgar e informar a cadeia sobre o certificado. Assim, a cadeia dará continuidade no uso do selo chegando até o consumidor final”, explicou.
Primeiro café regenerativo do mundo é do Cerrado e será apresentado em missão na Itália
Em comemoração ao Dia Internacional do Café e mostrando o trabalho sustentável desenvolvido na Região do Café do Cerrado, será apresentado, na Itália, o primeiro café regenerativo do mundo. A apresentação do Arábica Selection Brasile Cerrado Mineiro, da italiana illycaffè, acontecerá em Milão, no dia 1º de outubro.
O café regenerativo illy Arabica Selection Brasile Cerrado Mineiro foi produzido com as melhores práticas e uso de técnicas de adaptação, mitigação e regeneração de ecossistemas. Para isso, os produtores foram capacitados pelo Sebrae Minas, por meio do Educampo, uma plataforma que oferece assistência gerencial e tecnológica intensiva para grupos de produtores da região.
A busca pela Certificação em Agricultura Regenerativa contou com a participação de 12 fazendas atendidas pelo Educampo em conjunto com a Expocaccer e a Federação do Cerrado.
Produção enfrenta desafios com as mudanças climáticas
Minas Gerais é o maior produtor de café no Brasil, respondendo por mais de 50% do total produzido no País. A cultura está presente em 502 municípios e ocupa 1 milhão de hectares. Conforme os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o café lidera os resultados das exportações do agronegócio de Minas Gerais.

Os embarques do grão, entre janeiro e agosto, responderam por 40% da pauta de exportação do agronegócio estadual. Assim, movimentou US$ 4,5 bilhões, alta de 33% frente a igual intervalo do ano anterior. Ao todo, foram 19 milhões de sacas enviadas para 85 países, um acréscimo de 28,4%.
Apesar do resultado positivo, a safra vem enfrentando desafios. As condições climáticas desfavoráveis na safra 2024 impactaram a produção mineira. Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Minas Gerais vai colher um volume total de 28,05 milhões de sacas de café. O volume representa uma queda de 3,3% frente à safra 2023.
O resultado frustrou a expectativa do setor, que até então esperava uma safra de 30,1 milhões de sacas e 4,1% maior que a de 2023. Ao longo do ciclo, lavouras cafeeiras enfrentaram estiagens, chuvas esparsas e mal distribuídas, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos. Assim, houve queda nas produtividades previstas inicialmente.
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