Novo Nordisk investe R$ 864 milhões em Montes Claros enquanto estuda expansão

Enquanto estuda a possibilidade de expansão da sua fábrica em Montes Claros, no Norte do Estado, a Novo Nordisk já aporta na unidade desde o começo do ano investimentos de R$ 864 milhões na melhoria de processos, modernização da planta e implementação de projetos de sustentabilidade. Até o final do ano, serão aplicados R$ 530 milhões e os outros R$ 334 milhões serão investidos até o fim de 2025.
Além desse investimento, até o início do próximo ano, entra em operação uma fazenda solar em Buritizeiro – cidade a 175 km de Montes Claros – que gerará toda a energia consumida pela fábrica da farmacêutica. O projeto, desenvolvido em parceria com a Elétron Energy, terá aportes de R$ 245 milhões e capacidade para gerar 90 megawatts-hora (MWh).
“Esses investimentos podem abrir porta para investimentos futuros, não estou falando que terá, mas a gente prepara a fábrica para poder efetivamente trazer um olhar mais ambicioso da Novo global, quando se considera uma fábrica muito moderna como se tem aqui”, afirmou o vice-presidente corporativo da unidade de Montes Claros em Minas Gerais, Reinaldo Costa.

Recentemente, a Novo Nordisk recebeu do governo estadual uma licença ambiental concomitante (LAC) para expansão de sua fábrica na cidade. Reinaldo Costa confirmou a realização de estudos para ampliação da capacidade produtiva da unidade, porém, reiterou que o projeto está em fase de análise.
Em abril deste ano, representantes do governo mineiro se reuniram com a diretoria global da Novo Nordisk em Copenhague, na Dinamarca, para tratar de projetos no Brasil e expansão em Minas Gerais, em busca de soluções para viabilizar o aumento de investimentos no Estado. O governo debateu recentemente o assunto com a diretoria da fábrica em Montes Claros, como também da evolução do setor fármaco na cidade.
O diretor de atração de investimentos da Agência de Promoção de Investimento de Minas Gerais (Invest Minas), Leandro Andrade, considera que esses investimentos são consequência do ambiente de mercado da Novo Nordisk no Estado e da proximidade do governo estadual com a empresa, por meio da agência e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede-MG).
“É o maior investimento da Dinamarca no Brasil, é em Minas Gerais. Existe um horizonte de crescimento da indústria muito grande. Não só da indústria, como também da própria perspectiva do setor farmacêutico”, declarou o diretor da Invest Minas.
Sustentabilidade da unidade de Montes Claros
A unidade fabril da Novo Nordisk em Montes Claros produz 25% da insulina produzida mundialmente pela empresa e representa cerca de 12% do consumo mundial do produto. Atualmente a fábrica é a principal fornecedora de insulinas para o Sistema Único de Saúde (SUS). A exportação da produção de insulina da farmacêutica no Brasil corresponde a um quarto de todas as exportações do setor farmacêutico nacional.
Fundada em 1923 na Dinamarca, a Novo Nordisk inaugurou sua planta em Montes Claros em 2007 e tem cerca de 1.800 funcionários. A unidade é responsável por todo o processo de produção de diferentes tipos de insulina até o envio para centros de distribuição e varejistas.
“A gente tem que entender qual é a visão da Novo, e a visão é muito clara para atender o maior número de pacientes globalmente”, disse Reinaldo Costa. “Essa fábrica é de atuação global, esse aporte vem para trazer ainda mais robustez, modernizar ainda mais as linhas de produção, o processo fabril que nós temos”, completa.
Ele aponta que a empresa tem um ambicioso programa de sustentabilidade e vai eliminar toda emissão de carbono até 2030. “Esses investimentos vêm no sentido de otimizar e reforçar essa visão de sustentabilidade da empresa”, pontua.
A fábrica de Montes Claros produz insulina com água da chuva purificada e armazenada em um reservatório e não envia resíduos para aterros ou incineração, além de ter projetos de reciclagem dos resíduos. Parte dos investimentos anunciados será destinada para atualização da frota elétrica, melhoria do uso da água da chuva (coleta, tratamento, etc.) e criação de um centro de triagem e separação de resíduos para reciclagem.
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