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Número de farmácias-clínicas cresce 7 vezes em Minas

Número de farmácias-clínicas cresce 7 vezes em Minas
Mudanças recentes na legislação impulsionaram o segmento

Mudanças recentes na legislação impulsionaram o segmento

Em um ano, Minas Gerais viu seu número de farmácias-clínicas aumentar sete vezes, passando de 39 para 284 unidades que oferecem o serviço, em 53 municípios, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O aumento se deu por causa de mudanças recentes na legislação e pelo investimento relativamente baixo para se reestruturar uma farmácia tradicional neste modelo, cerca de R$ 25 mil. O retorno financeiro não é significativo, mas ajuda a fidelizar os clientes e amplia a gama de serviços oferecidos.

“Os serviços clínicos nas farmácias são prestados pelos farmacêuticos, que já saem qualificados para isso de seu curso de formação, mas que acabam perdendo o manejo por serem utilizados nos balcões de caixa. Mas para isso, são oferecidos diversos cursos de atualização na área”, explica o presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

Segundo ele, a implantação do serviço nas farmácias ajuda com que os pacientes não abandonem tratamentos nas unidades de saúde. “A Organização Mundial de Saúde considera o abandono do tratamento um dos grandes males dos tempos modernos. Acontece muito, por exemplo, de o paciente descobrir que tem uma doença crônica, como hipertensão, ir ao médico, começar o tratamento no qual ele precisa tomar um remédio constantemente, e parar de utilizá-lo quando os sintomas desaparecem. 50% das pessoas abandonam o tratamento depois de seis meses. Isso faz com que a situação se agrave e que o paciente desenvolva outros males em consequências da doença que não foi tratada corretamente”, aponta.

Desde 2014, com a Lei 13.021, as farmácias, configuradas como estabelecimentos de saúde, estão aptas a oferecerem serviços clínicos como aplicação de vacinas. A Abrafarma listou oito serviços oferecidos nas farmácias clínicas atualmente como imunização, revisão de medicamentos, acompanhamento de tratamentos prescritos pelos médicos, checagem de níveis de hipertensão, diabetes e colesterol.

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Barreto cita a Drogaria Araujo como exemplo de drogaria mineira referência neste segmento, ligado também ao segmento de bem-estar. “As farmácias continuam crescendo e superando a crise. O setor não foi tão abalado por ela porque trabalha com um bem essencial. Com esta estabilidade, é possível focar em outras coisas, ampliar os serviços oferecidos, se modernizar, como a Araujo, que atua nesta área de bem-estar já há alguns anos”, conta Barreto.

Atualmente, são mais de 1.700 farmácias clínicas no Brasil e este número deve chegar a 3 mil em cerca de dois anos. “Mas nem toda farmácia cabe uma sala de serviço farmacêutico e depende muito do perfil profissional do farmacêutico aderir a isso, da estrutura da farmácia, de sua localização. As farmácias de bairro costumam ser melhores para abrigar este tipo de serviço”, explica.

 Futuro – Segundo o presidente da Abrafarma, algo que deve ser implantado em breve, a depender somente da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são os testes laboratoriais rápidos nas farmácias. “A gente já usa o teste dentro do acompanhamento de diabéticos, mas já existem 25 testes que podem ser feitos utilizando apenas a ponta do dedo. Considerando que 70% da população nunca fez um check up, a possibilidade de se fazer um mini check up na farmácia perto de casa, vai ajudar a diminuir este índice. Afinal, as pessoas vão muito mais à farmácia, do que ao médico. A partir destes exames, o farmacêutico poderá orientar e encaminhar o cliente para o médico. Isto é uma tendência”, conclui.

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