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Setor de supermercados vai mensurar ações de ESG

Na próxima edição do guia será publicada a métrica que vai servir para orientar as empresas
Setor de supermercados vai mensurar ações de ESG
Foto: Reprodução Site Supermercados BH

Mensurar o que o setor supermercadista brasileiro tem feito dentro da visão de ESG (Environmental, Social and Governance), que em português seria Ambiental, Social e Governança e divulgar estas ações, são objetivos do trabalho desenvolvido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) há três anos em parceria com a empresa de consultoria KPMG.

A terceira e nova edição do “Guia ESG do Setor Supermercadista” traz avanços com relação às primeiras edições e aborda, 20 indicadores eleitos pelos empresários que serão mensurados no futuro. São aspectos de ESG definidos para o varejo alimentar divididos nas perspectivas: ambiental, social e governança (veja quais abaixo). 

“É uma publicação em conjunto. Os empresários foram submetidos a uma pesquisa e escolheram aqueles indicadores que eles gostariam de ver representados”, explicou o sócio-líder de consumo e varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul, Fernando Gamboa, que tem participado na construção dos guias.

Na próxima edição, já em desenvolvimento pela Abras e KPMG, será publicada a métrica (fórmula de cálculo padrão) dos dez indicadores principais que serão aferidos pela Associação para orientar as empresas do varejo alimentar brasileiro com as melhores práticas. 

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“Com uma forma padrão, a gente consegue fechar um primeiro pacote que a Abras estimulará seus associados a medir para coletarmos nas próximas pesquisas junto aos associados e divulgarmos no próximo guia”, afirmou.

De acordo com Gamboa, ao longo dos anos, as edições vêm contribuindo com a conscientização e a disseminação do tema nas empresas e mostrado a elas como lidar com o assunto de forma estruturada e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ele conta que as primeiras vezes que abordaram o tema com os empresários do setor, eram gastos muito tempo explicando o que era o ESG, para que servia e de que forma eles poderiam ser beneficiados. “Hoje, as pessoas já debatem o assunto”.

A construção do guia e a definição dos indicadores são, para o consultor, uma tradução do que o ESG é na prática para cada um dos supermercadistas já que muitas ações já são adotadas, mas não divulgadas. “Eles conseguem entender quais são as atitudes que já fazem, por exemplo, e passam a reportar para o mercado da forma como o mercado quer ver”, explicou.  

Gamboa destaca a questão do Primeiro Emprego. “É uma ação importante pouco divulgada. A porta de entrada no mercado de trabalho para muita gente é o varejo alimentar. É o repositor, o caixa e depois seguem suas carreiras. Ele é um instrumento de mobilidade social importante e precisa ser mais divulgado”, observou.

O setor também combate o etarismo, exemplifica Gamboa. “Se você vai a uma loja, você encontra senhores e senhoras trabalhando. O setor tem características inclusivas que precisam ser destacadas”, afirma.

Confira os indicadores primários e secundários que poderão ser avaliados pelo setor na próxima fase:

Ambiental:

  • Gestão de resíduos e a logística reversa de embalagens : volume de resíduos gerados e taxa de reciclagem.
  • Redução de emissões de gases refrigerantes: eficiência energética dos sistemas de refrigeração e Emissões de gases refrigerantes.
  • Eficiência hídrica: consumo total de água; vazamentos e perdas de água.
  • Eficiência elétrica: consumo de energia por refrigeradores e freezers e o uso de energia renovável.
  • Redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na operação e na logística: inventário de emissões de GEE e emissões de escopo 1, 2 e 3.

Social:

  • Modernização do sistema de prazo de validade, com a adoção do Best Before (extensão do prazo de validade): redução do desperdício de alimentos e taxa de adoção do “Best Before”.
  • Venda social e a doação de alimentos para grupos vulneráveis: quantidade de alimentos doados e taxa de redução de desperdício de alimentos.
  • Geração de emprego, 1º emprego e renda: número de empregos criados e impacto econômico local.

Governança:

  • Adoção das melhores práticas de governança familiar e corporativa: existência de estrutura de governança e cultura organizacional.
  • Diversidade de gênero, raça, religião, etária e deficiências: representatividade demográfica e ambiente inclusivo.

Os esforços do setor supermercadista estão alinhados com o Movimento Minas 2032 (MM 2032) – pela transformação global. Liderada pelo Diário do Comércio, a iniciativa propõe uma discussão sobre um modelo de produção duradouro e inclusivo, capaz de ser sustentável, e o estabelecimento de um padrão de consumo igualmente responsável, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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