Pix terá mecanismos de segurança reforçados para evitar fraudes

O sistema Pix contará com novos mecanismos de segurança a partir do dia 1º de novembro. As incrementações em tecnologia foram anunciadas pelo Banco Central (BC) com o objetivo de eliminar golpes financeiros, que estão se tornando cada vez mais frequentes no País.
A cada 100 mil transações realizadas pelo sistema de pagamento, sete são fraudulentas, segundo a instituição. Com os avanços na utilização do Pix, que registrou em 2023 um crescimento de 75%, os esquemas tendem a aumentar, o que justifica a necessidade de maior proteção aos usuários e instituições financeiras.
Uma das iniciativas com foco em segurança é a limitação do valor das transferências feitas a partir de dispositivos que nunca tenham sido utilizados para realizar transações. Com isso, celulares, tablets e computadores desconhecidos pelo sistema deverão ser registrados junto aos bancos para aumentarem as transferências, que devem ser fixadas em R$ 200 por operação ,com limite diário de R$ 1.000.
Apesar de inicialmente poder gerar incômodos para o consumidor, dada a uma maior burocracia, para o economista Guilherme Almeida, o objetivo central justifica qualquer trabalho adicional. “As medidas certamente dificultarão o trabalho dos fraudadores, e com isso, o consumidor é beneficiado com uma camada extra de proteção”, avalia.
Por outro lado, Almeida ressalta a necessidade de as instituições financeiras otimizarem tecnologias e processos internos para detectar transações e movimentos atípicos. “A instituição financeira também terá que fazer a sua parte e ter mais atenção para o tipo de operação que o cliente vem realizando”, destaca.
Um exemplo de golpe que poderá ser evitado a partir de agora é o “Pix errado”, onde uma quantia é recebida supostamente por engano e a vítima é induzida a realizar duas vezes a devolução. Somente em 2024, o BC contabilizou mais de 2,5 milhões pedidos de estorno por fraudes como esta feitas pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix.
Para o coordenador do curso de Ciências Contábeis da Estácio em Belo Horizonte, Haroldo Andrade Júnior, a partir da nova medida, é possível enxergar melhoras tanto para os clientes, quanto para os bancos. “Em caso de fraude, ou o usuário será lesado, ou a instituição arcará com o desvio de valor. Com essa limitação, conseguiremos uma maior segurança”, pontua.
Além da proteção, o CEO da fintech PAAG, João Fraga, acredita que os incrementos em segurança são cruciais para permitir a ascensão da ferramenta, além de fortalecer a segurança das transações digitais no Brasil. As medidas de segurança, segundo ele, não apenas reduzem os riscos, mas também promovem a confiança no Pix, viabilizando a continuidade do crescimento do sistema.
Pix automático está previsto para 2025
Para o próximo ano, uma nova função promete transformar o sistema de cobranças no Brasil: o Pix automático. O recurso, semelhante ao débito automático, viabilizará diferentes formas de cobranças recorrentes gratuitas e sem necessidade de autenticação.
A ativação está prevista para 16 de junho do próximo ano com expectativa de uma ampla adesão, especialmente para pagamentos de serviços públicos e mensalidades de serviços por assinatura. Para João Fraga, a iniciativa ocorre em um cenário em que a velocidade e a conveniência são essenciais.
“Essa inovação permitirá que os clientes bancários configurem pagamentos recorrentes de maneira ágil e segura, eliminando a necessidade de intervenções manuais. O Pix automático reforça a segurança, pois as transações serão realizadas de forma padronizada e monitorada, proporcionando uma experiência ainda mais confiável para os brasileiros”, conclui Fraga.
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