Economia

Brasol inaugura novo mercado de energia em Minas Gerais

Brasol instalou primeira subestação Energy as a Service em Cataguases, na Zona da Mata, em parceria com Grupo Energisa
Brasol inaugura novo mercado de energia em Minas Gerais
Crédito: Reprodução Pexels

A primeira subestação Energy as a Service (EaaS, energia como serviço, em tradução livre) do País foi instalada em Minas Gerais. O projeto de R$ 11 milhões foi realizado pela Brasol, empresa formada pela Siemens e BlackRock, em uma parceria com a (re)energisa, do Grupo Energisa, para a Companhia Industrial Cataguases, na cidade da Zona da Mata mineira.

O modelo de negócios é como um arrendamento da instalação elétrica, uma subestação de 69/22 quilovolts (kV), com potência instalada de 5/6,25 megavolt-ampère (MVA), 650 metros de linha de transmissão em 69 kV, além da elevação da classe de tensão de 22 kV para 69 kV.

Os aportes para a construção foram realizados pela Brasol e viram uma mensalidade paga pela fabricante de tecidos de Cataguases, que reduzirá seus custos com energia. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a energia elétrica representa cerca de 15% dos custos no setor.

A fábrica têxtil da Zona da Mata foi fundada em 1936 e tem capacidade de produzir aproximadamente 27 milhões de metros lineares de tecidos por ano. A companhia atende a todos os principais grupos de moda nacionais e exporta para mais de 30 países.

O diretor Comercial e de Marketing da Brasol, Rafael Brasiliense, explica que a solução vem no momento em que a indústria, para expandir a produção, precisa melhorar a qualidade da sua energia ou aumentar seu consumo. Em muitos casos, a empresa não se atenta à necessidade de ampliar também sua conexão à rede de distribuição de energia.

“Isso é um investimento que precisa ser feito. Esse investimento muitas vezes é concorrente para indústria, no sentido de ‘vou investir na ampliação da minha produção ou na infraestrutura de conexão à rede para o consumo que preciso’? Esse nosso modelo vem atender essa necessidade porque 100% do investimento, do Capex, é feito pela Brasol”, disse.

Rafael Brasiliense, da Brasol
Rafael Brasiliense, da Brasol: momento oportuno quando indústria precisa melhorar qualidade da energia | Crédito Divulgação Brasol

A (re)energisa fez a montagem da estrutura. A empresa é um braço de soluções energéticas do Grupo Energisa para acelerar a transição energética dos clientes. A Brasol fará a manutenção preventiva, corretiva e emergencial e monitoramento da subestação por dez anos.

O diretor da Brasol aponta que há ganhos tributários para as empresas que apostam neste negócio, além do benefício de não utilizar um crédito que as empresas porventura tenham, por exemplo, em bancos de fomento, para aplicar em um investimento como esse.

A empresa, com expertise em transição energética, deve inaugurar outras dez subestações no Estado nos próximos 12 meses. Serão instalações tanto no mesmo modelo da Companhia Industrial Cataguases, de construção total, como na modalidade Sales & Leaseback. Nesse modelo, subestações já existentes das empresas são aproveitadas na negociação. A Brasol adquire a estrutura, revitaliza e faz o contrato de arrendamento com o cliente.

“É um modelo muito interessante que, em breve, a gente deve ter novas notícias de operação de negócios fechados nessa modalidade, que traz o investimento que o cliente precisa, sem ele precisar colocar recurso. Além disso, ainda recebe um recurso pela subestação que está me vendendo”, ressalta Brasiliense.

A Brasol vê uma boa perspectiva de negócios nessa modalidade no Estado no setor industrial e comercial. “Hoje, como mercado potencial também nessa modalidade, todo o mercado de alta tensão de Minas é um potencial (cliente)”, ressalta o diretor-executivo da Unidade de Negócios de Alta Tensão da empresa, Eberson Muniz.

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