Max Resource vai criar empresa australiana para conduzir projeto de minério de ferro em Minas

A canadense Max Resource decidiu separar do portfólio de ativos o projeto de minério de ferro Florália, localizado em Santa Bárbara, na região Central de Minas Gerais. Para isso, criou uma nova empresa australiana, a Max Iron Brazil, e buscará a listagem na bolsa de valores da Austrália (Australian Securities Exchange, também conhecida como ASX).
Em comunicado, a Max Resource informou que a cisão do depósito, a criação da Max Iron Brazil e a futura listagem na ASX têm como objetivo maximizar o valor para os acionistas e permitir a captação de recursos para avançar nas atividades de perfuração de Florália.
A intenção da companhia é deter a maioria das ações da Max Iron Brazil, além de continuar administrando todas as atividades de exploração do ativo em Minas Gerais.
A segregação do projeto está prevista para ser finalizada no primeiro trimestre de 2025. A mineradora ressalta, contudo, que não há garantia de que essa proposta seja concretizada ou de que a conclusão ocorra conforme os termos atualmente planejados.
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Vale destacar que Florália foi recentemente adquirido pela Max Resource. O depósito fazia parte do portfólio da Jaguar Mining, uma companhia brasileira, listada no Canadá, especializada na produção e exploração de ouro no Quadrilátero Ferrífero. A transferência foi protocolada na Agência Nacional de Mineração (ANM) em setembro último.
A Jaguar Mining receberá, ao todo, US$ 1 milhão (quase R$ 5,8 milhões na cotação atual) pela venda do ativo, que abrange uma área de 613 hectares e possui alto potencial mineral.
“A mina a céu aberto de Florália revela faixas de minério de ferro de hematita de tamanho considerável, sub-horizontais, que parecem se estender em todas as direções”, disse o CEO da Max Resource, Brett Matich, em nota publicada pela companhia na época do acordo.
“Após exploração e desenvolvimento bem-sucedidos, com compradores de minério de ferro localizados a 20 km, Florália teria uma vantagem significativa de custo de transporte, pois o transporte de tonelagem a granel para um porto de embarque não seria necessário”, afirmou.
Jaguar receberá royalties do ativo da Max Resource
Além de concluir a transação, a Max Resource e a Jaguar Mining celebraram uma parceria relacionada ao projeto. O acordo prevê que a empresa brasileira receba um royalty de produção de 3,5% sobre a receita líquida de Florália ao final de cada trimestre, após a primeira venda de quaisquer minerais e subprodutos produzidos ou extraídos do ativo.
Avanços do programa de exploração de Florália
Conforme o CEO da Max Resource, a companhia iniciou o programa de exploração do projeto de minério de ferro em Minas Gerais, que inclui mapeamentos geofísicos e estruturais, seguidos de perfurações, para entender e delimitar o potencial do depósito.
A mineradora já fez um levantamento magnético por drone e uma amostragem de canais nas estradas que cortam a mineralização, e aguarda a análise das informações obtidas.
Atualmente, está em andamento, de acordo com a companhia, uma amostragem em massa para testes metalúrgicos, além de um estudo de escopo do depósito de Florália.
Quanto aos próximos passos do programa de exploração do ativo, o cronograma da Max Resource prevê perfuração com trado de preenchimento e com diamante.
Em 2023, a Jaguar Mining realizou sondagens em Florália, que indicaram uma capacidade estimada entre oito milhões e 12 milhões de toneladas de minério de ferro, com teor médio de 58%. No entanto, a Max Resource alertou que esses números são de natureza conceitual e que as explorações executadas foram insuficientes para definir um recurso mineral.
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