Clima favorece e safra 2024/25 de grãos deve crescer em Minas

A regularização das chuvas aliada aos períodos intercalados de sol têm favorecido o avanço da safra 2024/25 de grãos em Minas Gerais. Conforme os dados do 2º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é colher 17,2 milhões de toneladas no Estado, o que, se concretizado, representará um avanço de 7,5% frente à safra anterior. Entre os destaques está a soja, cuja produção deve avançar 10,5% chegando, assim, a 8,6 milhões de toneladas.
Assim como em Minas Gerais, no Brasil também é esperado aumento da produção de grãos. Conforme a Conab, a produção estimada é de 322,53 milhões de toneladas, aumento de 8,2% se comparado com o resultado obtido no último ciclo.
O gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos, destaca que, até o momento, o clima tem sido bastante favorável para a semeadura e desenvolvimento da safra de grãos.
“Em outubro, o plantio da safra de grãos avançou bastante com o retorno das chuvas. Os volumes acumulados, depois de um período longo de seca, tem permitido a recuperação dos níveis de água no solo. Então, até o momento, as chuvas regulares trazem boas expectativas para a primeira safra. Para novembro, a previsão climática indica chuvas dentro ou acima da média”.
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Em Minas Gerais, conforme a Conab, a maior produção de grãos virá principalmente da recuperação da produtividade. Na safra 2023/24, o rendimento por hectare foi bastante afetado pela seca. A previsão é que a produtividade aumente 6,8% chegando, assim, a 4,7 toneladas por hectare. Quanto à área produtiva, o avanço estimado é de apenas 0,7% com o uso de 4,2 milhões de hectares na safra 2024/25.
Aumento da safra de grãos em Minas Gerais será puxada pela soja
A soja, principal grão cultivado no Estado, terá uma produção maior na safra 204/25. Conforme a Conab, a previsão é colher 8,69 milhões de toneladas, alta de 10,5%. Este ano, a previsão é de recuperação da produtividade, estimada em 3,7 toneladas por hectare e superando em 7,1% o volume registrado na última temporada.
Com tendência de gerar maior rentabilidade para os produtores, o plantio da soja avançou sobre áreas de outras culturas. Desta forma, houve incremento de 3,2% na área cultivada, chegando a 2,3 milhões de hectares.
“Para a soja, a estimativa aponta para um área plantada maior. É esperada boa recuperação em relação à safra passada, principalmente, pelas condições climáticas que vem se desenhando para a safra atual. São condições que estão favorecendo cultivos”, explicou Vasconcellos.
Milho
Com o clima mais favorável para a implantação e desenvolvimento da safra, a tendência é que Minas Gerais também produza mais milho. Para a primeira safra, a Conab estima um volume de 3,99 milhões de toneladas, assim, haverá um aumento de 2,5%. Na primeira safra, a produtividade tende a crescer 9,2% chegando a 6,2 toneladas por hectare. Devido à conjuntura mercadológica do milho, houve redução de 6,1% na área plantada, chegando, então, a 642,3 mil hectares.
“Houve redução de área plantada com o milho frente à safra passada, principalmente, pela conjuntura mercadológica do cereal. Produtores estão procurando cultivo com melhor opção de rentabilidade. Para o período, é esperado aumento na produtividade, isso porque o clima deve ser mais favorável. Os bons volumes de chuvas alternados com períodos de sol favorecem o desenvolvimento”, disse Vasconcellos.
Alta também na produção de algodão. Conforme os dados da Conab, a colheita do algodão em caroço está estimada em 112,2 mil toneladas, alta de 19,6%. A produtividade média, 2,5 toneladas por hectare, deve ficar 11,3% menor. Quanto à área, a previsão é chegar a 43,3 mil hectares em Minas Gerais, ficando 34,9% maior.
Produção de feijão tende a cair
Ao contrário dos demais grãos já citados, Minas Gerais tende a produzir menos feijão na safra 204/25. Conforme os dados da Conab, para o feijão primeira safra, a previsão é de uma queda de 14,5% em volume, estimado em 176,4 mil toneladas.
A produtividade média esperada, 1,4 toneladas por hectares, deve ficar apenas 0,9% maior. A área tende a ficar 15,3% menor, com o plantio ocupando cerca de 119,9 mil hectares. Entre os fatores para a redução da área estão, principalmente, o risco climático e a forte concorrência com outros cultivos, como soja e milho, que apresentam boa rentabilidade.
Baseada em estimativas, a previsão da Conab é que Minas Gerais produza uma safra total de feijão de 502,6 mil toneladas, portanto, 2,8% menor.
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