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CPE Tecnologia planeja parceria industrial no Brasil

Empresa articula com os governos federal, estadual e municipal meios para estabelecer propostas e contrapartidas para atrair parceiros para instalar uma linha de produção no País
CPE Tecnologia planeja parceria industrial no Brasil
Crédito: Reprodução Instagram Oficial CPE

Com 50 anos de mercado, a CPE Tecnologia desenvolve soluções para geotecnologia, sendo distribuidora exclusiva no Brasil de algumas das mais importantes empresas do mundo em seus segmentos. Com sede no bairro Estoril (região Leste), a empresa tem filiais em oito estados – São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte – e 55 licenciados que atendem todo o País.

De acordo com o CEO da CPE Tecnologia, Rogério Neves, a empresa foi criada pelos pais, ambos engenheiros. Na época, o objetivo era prestar serviços de engenharia, mas os tumultuados anos de 1980 mudaram os rumos dos negócios.

“Foi assim até na década de 1980, mas por conta de uma crise, vários equipamentos ficaram parados. Então, eles se lançaram nessa área de locação e, posteriormente, vendas foram se tornando mais importantes para a empresa. Quando eu entrei em 1996 – eu sou administrador – é que a gente realmente se especializou na questão de venda e locação. Trabalhamos com equipamentos de geotecnologia que não têm fabricação nacional, eles são 100% importados. Éramos representantes de uma importadora e passamos a ser importadores de equipamentos. Em 2018 já éramos os mais importantes do Brasil no segmento”, relembra Neves.

Pioneiros no uso de equipamentos como o laser scanner, em 2007 e drones, desde 2013, a CPE segue em busca das tecnologias mais modernas para atender o público brasileiro. Atualmente são 220 colaboradores diretos.

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Em 2020, a maior crise sanitária da história moderna da humanidade – a pandemia de Covid-19 – e a quebra das cadeias de suprimentos deram um novo impulso ao empresário, que quer trazer uma fábrica de um dos parceiros globais para o Brasil, mais especificamente para Minas Gerais.

Rogério Neves
Ter uma fábrica no Brasil é uma tendência, afirma Rogério Neves | Crédito: Divulgação CPE Tecnologia

“A pandemia não afetou diretamente a CPE porque os setores nos quais atuamos não pararam, mas ainda assim ficou ainda mais claro que precisamos reindustrializar o Brasil. Queremos atrair para Minas esse investimento. Já conversamos com alguns parceiros globais, apresentamos o Estado e tivemos uma boa recepção. Agora estamos conversando com os governos federal, estadual e municipal para estabelecer que tipo de proposta e contrapartidas podemos oferecer para as empresas. Esse é um trabalho longo e que está apenas no começo. Mas este é um propósito firme da CPE. Não só nós vamos ganhar com a questão do investimento, mas também os usuários que terão equipamentos de ponta a um preço mais acessível e em prazos menores”, pontua.

O provável endurecimento das relações entre Estados Unidos e China com a posse de Donald Trump, em janeiro de 2025, pode ser um argumento a favor da implantação de uma unidade produtiva no Brasil. Os equipamentos produzidos aqui enfrentam, via de regra, menos barreiras e taxas de importação menores do que os equipamentos chineses para entrar nos EUA. A isso se soma a proximidade, que torna a viagem bem mais curta, barata e com menor impacto ambiental.

“Existe um movimento crescente de empresas estrangeiras investindo no Brasil. E, justamente, por conta dessa questão geopolítica. Vamos supor, uma empresa que tem unidade fabril na China, vai ficar dependente daquela unidade para sempre. Se um dia a China não puder mais negociar com os Estados Unidos, por exemplo, como vai atender os clientes daquele país? Então, ter uma fábrica no Brasil, levando em consideração esse tipo de circunstância, é uma tendência, é uma coisa que está acontecendo”, completa o CEO da CPE Tecnologia.

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