Construção Civil: Custo avançou 4,55% em Minas Gerais em 2024

O custo da construção civil encerrou 2024 com alta de 4,55% em Minas Gerais. Em dezembro, o mercado apresentou variação 0,04% no Estado e 0,21% a nível Brasil, segundo o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal.
Em Minas Gerais, o custo da construção por metro quadrado atingiu R$ 1.685,23, correspondendo a 94,11% do registrado na média nacional. Na comparação entre dezembro de 2024 com o mesmo período do ano anterior, o custo por metro quadrado aumentou R$ 73,22 em solo mineiro.
Do custo total, R$ 1.005,21 referem-se a materiais de construção, enquanto R$ 680,02 são destinados à mão de obra. Em dezembro do ano anterior, os custos de construção e mão de obra somavam R$ 962,84 e R$ 649,17 respectivamente.
Com os resultados, o custo da construção civil em Minas Gerais se coloca à frente de estados como Espírito Santo (R$ 1.627,04) e Bahia (R$ 1.657,08). Entretanto, o valor ainda é menor se comparado ao valor médio da região Sudeste (R$1.837,08), que no último ano foi impulsionado pelos custos nos estados do Rio de Janeiro (R$1.972,27) e São Paulo (R$ 1.891,20).
Eventual alta na taxa de juros preocupa
Ao avaliar o atual cenário no Estado, a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes, destaca que fatores como a inflação, a escassez de mão de obra qualificada e a persistência de trâmites burocráticos locais foram determinantes para o avanço nos custos de obras para as construtoras.
A dirigente frisa que atualmente há uma demora acima da média na aprovação de projetos e protocolos legais para dar início a uma obra e que isso pode impactar no custo final para clientes e construtoras. “Uma obra quanto mais demora para ser concluída, mais cara ela fica e diversos fatores estão contribuindo para atrasar esse processo”, observa.
Além disso, os aumentos sucessivos na taxa básica de juros (Selic) preocupam o setor, dado ao potencial impacto negativo nos custos finais, especialmente na busca por financiamentos. “Isso nos preocupa muito. Temos receio que a taxa chegue a parâmetros de 15%, o que certamente poderá elevar ainda mais estes custos”, diz Cássia Ximenes.
Apesar disso, o setor da construção civil se mantém otimista com relação a 2025 e acredita no poder da articulação para driblar aquilo que está fora de controle por parte dos profissionais.
“Seguimos com a missão de diminuirmos o déficit habitacional a partir de soluções que reduzam o impacto desses aumentos fora da nossa alçada. Precisamos mostrar para os governantes que é possível encontrar um ponto de equilíbrio para que a população continue realizando o sonho da casa própria”, finaliza.
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