Mercado Pet fatura R$ 7,7 bi em Minas Gerais no último ano

Em expansão ano após ano, o mercado pet faturou R$ 77,3 bilhões no Brasil em 2024 – um avanço de 12,6% na comparação com o ano anterior. Acompanhando essa tendência, Minas Gerais obteve faturamento de R$ 7,3 bilhões no mesmo período, conquistando 10% do montante nacional e 11% no volume de pet foods produzidos, conforme aponta a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e o Instituto Pet Brasil (IPB).
O Estado possui a segunda maior população de animais do País, atrás apenas de São Paulo. Ao todo, são 7,96 milhões de cães; 2 milhões de peixes ornamentais; 4,49 milhões de aves canoras e ornamentais e mais de 4,67 milhões de gatos.
Os números apresentados são superiores à população pet de toda a região Norte do Brasil. Dentre os destaques apresentados, estão a expressiva população de cães e peixes em solo mineiro.
No comércio, em 2024, foram mais de 6 mil lojas que comercializam ração e acessórios para pets, além de aproximadamente 500 clínicas especializadas. Na análise por segmento, o pet food continua a ser a categoria mais comercializada no mercado pet, com 54,7% do faturamento, seguido pela venda de animais de estimação (11%), produtos veterinários (10,5%), serviços veterinários (9,9%), serviços gerais (8,5%) e pet care (5,8%).
De acordo com o presidente-executivo do IPB, Caio Vilela, dentre os segmentos com maior alta entre 2023 e 2024, estão produtos veterinários e serviços veterinários, com avanços de 16% e 15% respectivamente. “Isso mostra que as famílias estão cuidando cada vez mais e melhor de seus pets”, argumenta.
Já os pequenos e médios mercados de pet shops são responsáveis por quase metade de toda a movimentação no varejo. Em 2024, as movimentações do setor estão estimadas em R$ 37,6 bilhões, seguido pelas clínicas e hospitais veterinários (R$ 13,9 bilhões) e mega stores pets (R$ 7,2 bilhões).
Elevada carga tributária é desafio para o setor
Apesar dos bons resultados, a categoria chama atenção pela elevada carga tributária do setor a nível nacional. No segmento de pet food, segundo a Abinpet, a cada R$ 1 gasto pelos consumidores, R$ 0,50 são de impostos. “Isso acontece no Brasil de maneira discrepante aos outros grandes mercados do mundo. Nos Estados Unidos, líder de marketshare, os impostos não chegam a 7% do preço final. Na Europa, a média é 18%”, avalia José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet e Membro do Conselho do IPB.
A partir da reforma tributária, as entidades buscam a redução de impostos no País. Inicialmente, dentre as mudanças propostas, os serviços veterinários e os planos de saúde pet teriam uma redução de 30% nos impostos. Já os produtos veterinários contariam com uma redução de 60%.
Entretanto, a categoria espera que a venda de alimentos industrializados para animais de estimação esteja incluída nos considerados “essenciais” para a população. “Agora, estamos buscando apoio no Senado, para corrigir essa discrepância. A alimentação dos animais de estimação não pode ser considerada item supérfluo”, explica França.
A nível global, o mercado pet cresceu 7,4% em 2023 na comparação com 2022, movimentando cerca de US$ 180,8 bilhões. O Brasil atualmente é o terceiro país com maior faturamento, representando 5,54% do mercado, atrás somente de Estados Unidos (44,9%) e China (8,45%).
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