Economia

Excesso de capacidade mundial de produção de aço preocupa

Representantes do setor siderúrgico nacional e internacional também discutiram o excesso de capacidade de produção de aço no mundo durante o primeiro dia do Congresso Aço Brasil, em São Paulo.

O conselheiro do Aço Brasil e vice-presidente executivo do Conselho de Administração da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, destacou que o setor, de maneira geral, vive um bom momento, guardadas as devidas proporções e diferentes estágios. No entanto, o empresário lembrou do excesso de capacidade instalada global, hoje em 545 milhões de toneladas.

Esse valor representa aproximadamente 25% de uma capacidade mundial de 2,2 bilhões de toneladas, sendo que a maior parte está concentrada justamente na China, o maior produtor mundial de aço. “Esse é um problema estrutural e que precisa ser enfrentado”, alertou Johannpeter, abrindo a discussão.

Para abordar possíveis soluções para o assunto, participaram do painel o subsecretário-geral do Itamaraty, embaixador Ronaldo Costa Filho, a diretora de Estudos Econômicos e Estatística da Worldsteel, Nee Hee Han, e o economista-chefe para a Ásia – BBVA Research, Le Xia.

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O presidente-executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes, destacou, em coletiva de imprensa, que o excesso, vindo principalmente da China, pode ser desaguado em países que estiverem com o mercado mais aberto.

Abertura comercial – O setor vem criticando o governo da abertura comercial do País em um momento em que o restante do mundo toma medidas protecionistas, na esteira da invocação da medida 232 pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sobretaxou ou impôs cotas à importação de aço por aquele país.

“Sabemos que o excedente é um problema sem solução no curto prazo, até porque as economias estão crescendo muito pouco no restante do mundo. Temos que olhar para o mercado interno, que hoje opera com 68% da capacidade instalada e possui totais condições de crescer”, falou.

Lopes reiterou que, apesar de todas as dificuldades, as siderúrgicas ainda conseguem produzir com elevada competitividade. No entanto, para elevar os níveis de produção, seria preciso resolver outras questões estruturais do País, a exemplo da logística. “Só para terem uma ideia, hoje é mais barato importar o aço da China do que transportá-lo do Sudeste para o Nordeste do Brasil”, justificou.

Por esses e outros motivos, conforme o presidente do Aço Brasil, a principal reivindicação do setor para o próximo governo é de que a indústria volte a ser priorizada. “Nossa reivindicação é que a indústria volte a ocupar seu espaço com importância e prioridade”, finalizou.

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