Varejo não está preparado para os deficientes

Um estudo inédito sobre os impactos da longevidade e diversidade nas relações de compra e consumo aponta que varejo não está preparado para lidar com pessoas com deficiência. O Oldiversity, elaborado pela Croma, se estabelece como parâmetro avaliativo e inovador a partir da opinião de 1.814 pessoas entrevistadas no Brasil. Com cotas para LGBT+, negros e PcDs, o estudo apresenta comparações de diferentes pontos de vista.
Dos setores avaliados, 44% associam Oldiversity ao setor de cosméticos e beleza e 12% a alimentos e bebidas. Apenas 4% associam os setores de infraestrutura e serviços públicos aos temas Oldiversity. O brasileiro parece consciente, já que 53% afirmam não consumir marcas com comportamentos preconceituosos. É alto o índice dos que declaram que aceitam a diversidade (78%), mas apenas 47% se identificam com as propagandas que abordam o tema.
O estudo realizado pela Croma mostra que 88% dos entrevistados concordam que as lojas físicas e on-line no Brasil não oferecem estruturas preparadas para atender pessoas com deficiências e 70% concordam que o atendimento de vendedores e call centers ainda está muito aquém da necessidade desse grupo.
Mesmo com a existência de leis que orientam como lidar com a questão no País, as pessoas com deficiência enfrentam ainda muito preconceito. No Brasil, a intolerância política, o machismo em discursos de ódio às mulheres, o deboche contra pessoas com deficiência, ataques racistas e discursos homofóbicos, de classes e de aparência, infelizmente, são ainda comuns. E eles surgem, de forma registrada, na internet e nas redes sociais.
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Ranking – O ranking dos temas mais prioritários apresenta padrão avaliativo de concordância linear para todos os públicos. Desse modo, todos assumem que lojas planejadas para pessoas com deficiências deveriam ser a maior preocupação dos varejistas, tanto no ambiente digital quanto no físico.
Apesar disso, o resultado revela que qualquer tipo de assistencialismo é um tema com pouca prioridade ou baixa aderência para os entrevistados, já que apenas 21% gostariam que houvesse descontos especiais para compradores que representem a diversidade, quando comparado à composição básica do que uma marca deveria ofertar: produtos, serviços e lojas adequadas. “Isso significa que a diversidade de consumidores brasileiros quer ver sua heterogeneidade também representada no quadro de funcionários, vendedores e atendentes. Esse tipo de ação poderia, a partir dos dados do estudo, ser mais eficaz na comprovação da diversidade genuinamente assumida pelas empresas do que as próprias propagandas”, explica o CEO da Croma, Edmar Bulla.
Na contrapartida, marcas que se posicionam claramente sobre diversidade e longevidade tendem a aumentar significativamente os índices de consideração, preferência, frequência e recomendação de seus produtos e serviços. O brasileiro avalia que a oferta de produtos e serviços não é adequada e, para completar, que a propaganda não representa a realidade.
Mais de 12,7 milhões de brasileiros têm o que o IBGE classifica como deficiência severa, ou seja, enquadram-se nas opções “tem grande dificuldade” e “não consegue de modo algum” das deficiências visual, auditiva, motora e mental. 78% da amostra não creem que as lojas estejam preparadas para atender pessoas com deficiência, 72% pensam que as lojas estão despreparadas para a diversidade e 75% não acreditam que shopping centers estejam se preparando para lidar com a diversidade.
“O varejo brasileiro, por exemplo, não é visto como preparado para lidar com a diversidade e tampouco parece estar implantando ações para o futuro, na opinião dos entrevistados. 53% acreditam que as marcas deveriam ter propagandas específicas para pessoas com deficiência e 59% que produtos e serviços deveriam ser desenvolvidos para esse público”, explica Bulla.
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