Prévia do País desacelera
São Paulo – A prévia da inflação oficial do Brasil desacelerou em agosto diante da menor pressão dos preços de alimentos e transportes e registrou o menor nível para o mês em oito anos, mantendo aberto o caminho para que o Banco Central sustente os juros na mínima histórica mesmo diante da pressão do dólar.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,13% em agosto após alta de 0,64% no mês anterior, enfraquecendo à medida em que os efeitos provocados pela greve dos caminhoneiros se dispersam.
O dado divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais baixo para agosto desde a queda de 0,05% vista em 2010, e também o patamar mais fraco desde março (0,10%), antes de os caminhoneiros bloquearem estradas em todo o País no fim de maio, prejudicando o fluxo de alimentos e combustíveis.
Com isso, o indicador acumulou nos 12 meses até agosto avanço de 4,30%, voltando a ficar abaixo do centro da meta, de 4,5% pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, após ter chegado a 4,53% no mês anterior.
Em pesquisa da Reuters, as expectativas eram de uma alta de 0,11% no mês, chegando a 4,27% em 12 meses.
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Os dados do IBGE mostram que o principal impacto negativo foi exercido pela queda de 0,87% nos preços de Transportes, após alta de 0,79% em julho. Isso porque os preços das passagens aéreas caíram 26,01% e os combustíveis recuaram 1,32%, segundo mês seguido de queda.
Alimentação – Já a alta de Alimentação e bebidas desacelerou a 0,03% em agosto de 0,61% no mês anterior, com queda de 0,43% da alimentação no domicílio devido à redução nos preços de itens como cebola, tomate e batata-inglesa.
Na outra ponta, a energia elétrica subiu 3,59% no mês e levou o grupo Habitação à alta de 1,10%, enquanto os planos de saúde avançaram 0,81% e pressionaram Saúde e cuidados pessoais a subir 0,55%.
Com a atividade econômica ainda fraca, desemprego alto e expectativas de inflação ancoradas, o BC deve continuar mantendo a taxa básica de juros Selic na mínima histórica de 6,50% por um bom tempo, mesmo diante do salto recente do dólar para o patamar de R$ 4. (Reuters)
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