Desembolsos do Banco do Nordeste registram alta de 7,2% em Minas

O Banco do Nordeste desembolsou R$ 1,78 bilhão no primeiro semestre deste ano para Minas Gerais. O montante é 7,2% maior do que no mesmo intervalo do ano passado, quando foram desembolsados R$ 1,66 bilhão. Em termos de volume, no entanto, o banco atendeu 17,4% de contratos a menos no período, saindo de 36.354 para 30.036 no período analisado.
O superintendente do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Wesley Maciel, comemora os resultados uma vez que considera um ano complexo para as instituições financeiras em função das dificuldades enfrentadas pelas mudanças realizadas pelo Banco Central no regramento de provisão que elevou a régua de risco dos bancos, gerando por consequência a oferta de menos crédito.
“Sete por cento é um crescimento expressivo para nós, mas estamos acostumados a crescer mais. Para complicar ainda mais, temos uma taxa Selic extremamente elevada, que deprime a economia. Por sermos um banco de desenvolvimento e termos o dinheiro mais barato do Brasil, enquanto alguns bancos registraram até retração, estamos comemorando o crescimento no semestre”, diz Maciel.

Do volume concedido, cerca de R$ 1,39 bilhão veio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e R$ 389 milhões do Crediamigo, destinado a empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários.
Quando analisado apenas o FNE, os setores de infraestrutura e de pecuária foram os mais beneficiados por empréstimos e financiamentos. Ao todo foram R$ 511,9 milhões para infraestrutura e R$ 368,2 milhões para a pecuária neste ano. Entretanto, esses setores somados ao de turismo são exatamente os setores que apresentaram a maior redução na comparação com 2024. A queda apresentada na receita foi de 17,9% na pecuária, 12,5% no setor de turismo e de 5,3% no setor de infraestrutura.
Nesses casos, o superintendente do Banco do Nordeste ressalta que a queda nesses setores foi compensada pelos aportes maiores fornecidos para as micro e pequenas empresas, consideradas áreas estratégicas e obrigatórias para créditos do banco.
No primeiro semestre deste ano, os pequenos produtores rurais ou urbanos, ou seja, aqueles que faturam até R$ 360 mil por ano, foram os responsáveis pela maior parte dos desembolsos, angariando R$ 401 milhões ou 28,7% do montante. Juntos, micro, mini, pequeno e pequeno-média empresas, somam 58% da verba.
O setor que mais cresceu em receita no Estado na comparação com 2024 foi o da agroindústria. Enquanto até agosto de 2024 foram desembolsados R$ 3 milhões, em 2025 já foram R$ 11,7 milhões, um salto de mais de 280%.
Wesley Maciel comenta que o percentual é alto, mas em valores nem tanto. “Estamos tendo uma tecnificação da produção de carvão vegetal na cidade de Bocaiúva, no Norte de Minas, e estamos financiando algumas agroindústrias que beneficiam a madeira e a transformam em carvão. São duas operações que atendemos nesse período”, comenta.
Crescimento maior é esperado no segundo semestre
O setor de infraestrutura apesar de ter recebido menos créditos (cerca de R$ 30 milhões a menos) do que o ano passado no primeiro semestre, ainda terá um crescimento este ano. Isso porque está para sair nos próximos meses, segundo o superintendente do Banco do Nordeste, um crédito de R$ 500 milhões para o setor de transportes e outro de R$ 200 milhões para o setor de saneamento básico.
Ambos os contratos destinados à cidade de Governador Valadares, no Vale do Rio do Doce. O primeiro tendo como cliente a concessionária Ecovias, será destinado para a duplicação da BR-116, o segundo para as obras de saneamento básico na cidade. “Os dois devem sair agora no segundo semestre. Já estão contratados, mas devem ser desembolsados por agora. Aguardando apenas os trâmites burocráticos”, afirmou.
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