Economia

Vendas de combustíveis em Minas Gerais crescem 2,4% no ano

No período de janeiro a agosto, a comercialização da gasolina puxou a alta do setor no Estado
Vendas de combustíveis em Minas Gerais crescem 2,4% no ano
Crédito: Charles Silva Duarte / Arquivo Diário do Comércio

As vendas de combustíveis subiram 2,4% em Minas Gerais de janeiro a agosto deste ano na comparação com o mesmo período de 2024. O aumento de 9% na comercialização da gasolina no período puxou o crescimento no Estado, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por outro lado, as vendas do etanol hidratado em território mineiro caíram 11,9% nos primeiros oito meses do ano.

Já a comercialização de óleo diesel subiu 2,4% no período do que no acumulado dos dois primeiros quadrimestres do ano passado, enquanto a demanda mineira do gás liquefeito de petróleo (GLP) obteve uma alta de 3,2% no acumulado de 2025 na comparação ano a ano.

De acordo com o levantamento da ANP, no total, foram 11,7 milhões de metros cúbicos (m³) de combustíveis comercializados no ano de 2025 em Minas Gerais, sendo 27,5% (3,2 milhões de m³) de gasolina e 12,6% (1,4 milhão de m³) de etanol.

O economista e professor dos cursos de gestão e RI do UniBH, Fernando Sette, destaca que o resultado revela dinâmicas distintas entre os produtos, além de refletir tendências no consumo e na formação de preços no setor de combustíveis.

O desempenho no ano sinaliza um maior consumo da gasolina em detrimento do etanol. “A relação de preço deixou de ser favorável ao biocombustível, enquanto a eficiência energética da gasolina ampliou sua atratividade”, explica Sette. “Mesmo em um Estado com forte presença da indústria sucroenergética, o consumidor age de forma racional, escolhe o combustível que maximiza o poder de compra por quilômetro rodado”, completa.

O economista avalia ainda que o crescimento moderado da demanda por óleo diesel representa uma retomada igualmente moderada da atividade econômica, já que o combustível é essencial para o transporte de cargas e para a logística, sendo considerado como um “termômetro do dinamismo econômico”.

“A expansão sugere alguma recuperação no transporte e na circulação de mercadorias, mas em ritmo contido, compatível com uma economia que cresce de forma lenta”, afirma Sette.

Segundo o economista, a perspectiva para os próximos meses é que a trajetória das vendas dos combustíveis em Minas Gerais dependa da evolução da política de preços da Petrobras e, consequentemente, o repasse dessa precificação às bombas dos postos de gasolina, além da safra da cana-de-açúcar e o comportamento do insumo no mercado internacional, e o ritmo da economia do País, determinante para a demanda por diesel e GLP.

“O cenário sugere que Minas segue em um processo de recuperação gradual do setor de combustíveis, mas com sinais claros de mudança na matriz de consumo, em que a racionalidade econômica do consumidor pesa mais do que incentivos setoriais”, finaliza.

Vendas de gasolina em Minas Gerais também sobem no mês

Especificamente em agosto, último mês analisado pelo levantamento da ANP, as vendas de combustíveis diminuíram levemente (-0,6%) em Minas Gerais na comparação ano a ano e caíram 3,7% em relação a julho, um mês de férias escolares.

O aumento de 6,1% nas vendas de gasolina no período, comparado com o mesmo mês de 2024, não deixou a comercialização de combustíveis no Estado diminuir ainda mais. A demanda mensal da gasolina em território mineiro, em todos os meses deste ano, foi superior à registrada nos mesmos meses do ano passado.

As vendas do etanol hidratado em agosto registraram queda de 10,4% no Estado em relação ao mesmo mês de 2024. A demanda de etanol hidratado em Minas Gerais caiu em todos os meses quando observada nessa base de comparação.

Já as vendas do GLP caíram 3% no período na comparação ano a ano. Agosto foi o segundo mês do ano em que a demanda no Estado registrou queda na comparação anual.

A demanda de óleo diesel desacelerou e caiu 0,7% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi a segunda queda anual nas vendas do insumo em um mês no acumulado de 2025. As vendas em Minas Gerais também registraram uma queda de 2,9% em relação a julho, sendo a terceira queda do ano registrada na variação mensal do diesel.

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