Montes Claros, no Norte de Minas, pode ganhar porto-seco

A criação de um porto-seco em Montes Claros vem sendo articulada. Ainda embrionário, o projeto visa atender às demandas de exportação e importação da região do Norte de Minas Gerais. A instalação é uma demanda antiga do município e tem se mostrado cada vez mais necessária com a ascensão do setor industrial na cidade.
Na semana passada, representantes de entidades e da prefeitura local se reuniram para discutir sobre o assunto, em um encontro que contou com a participação do delegado-adjunto da Receita Federal do Brasil (RFB) em Montes Claros, Adriano Braga Lopes. Antes disso, o prefeito Guilherme Guimarães (União Brasil) esteve em Brasília para tratar com membros do órgão de trâmites para o desenvolvimento da área alfandegada.
O líder do Executivo municipal afirma que a Receita Federal compreendeu a importância do porto-seco para o Norte mineiro e viu com bons olhos a possibilidade. O apoio do órgão é considerado essencial para o avanço do projeto, assim como a colaboração de outras autoridades da região, que puderam conhecer mais sobre a proposta.
“Por enquanto, é um desejo, uma ideia [a criação do recinto aduaneiro]. Agora, temos que verificar todas as condições econômicas, financeiras e legais para dar continuidade [à proposta]”, ressalta Guimarães. “Antes, não tínhamos tantos atores pensando nisso”, afirma, sinalizando que o plano, apesar de incipiente, já teve certo progresso.
Conforme o prefeito de Montes Claros, o próximo passo é verificar a viabilidade do empreendimento, identificando a demanda de empresas e o interesse de investidores. Segundo ele, as próprias indústrias da região se interessam por levantar dados para propiciar a instalação, enquanto a prefeitura pretende ajudar na prospecção dos investimentos, articulando com o Estado, com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), com o Banco do Nordeste, entre outros, para viabilizar o projeto.
Crescimento do município intensifica a necessidade do projeto
Um dos principais motivos para que a implantação do porto-seco seja desejada por Montes Claros é o fato de o município estar se transformando em um dos maiores polos farmacêuticos da América Latina. O prefeito destaca que as farmacêuticas importam insumos e exportam produtos, logo, a instalação se faz necessária.
Guimarães também salienta que a indústria de cápsulas de café está em expansão na cidade e outros segmentos estão sendo desenvolvidos. E ainda ressalta que o Norte de Minas tem uma produção agrícola importante com o Projeto Jaíba, considerado o maior perímetro irrigado da América do Sul e o segundo maior do mundo em área contínua.
Além disso, o chefe do Executivo municipal enfatiza que a região tem uma localização estratégica e condições favoráveis para ter um recinto aduaneiro. Ele menciona, por exemplo, a existência de infraestrutura rodoviária, ferrovia e aeroporto.
Minas Gerais tem apenas dois portos-secos
Se o porto-seco de Montes Claros sair do papel será a terceira estrutura do tipo em Minas Gerais. Conforme dados da Receita Federal, existem somente duas: uma em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e outra em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
De acordo com o órgão, o Estado também tem quatro estruturas que atuam de forma análoga aos portos-secos, como recintos alfandegados de zona secundária. Elas estão localizadas nas cidades de: Uberlândia, no Triângulo, Varginha e Pouso Alegre, no Sul de Minas, e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
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