Economia

Arrecadação de impostos sobe 0,5% em Minas Gerais no início do tarifaço

Elevação menor no recolhimento ocorreu em agosto, mês que marcou o início do tarifaço de Donald Trump
Arrecadação de impostos sobe 0,5% em Minas Gerais no início do tarifaço
A maior parte da arrecadação do governo de Minas é gerada pelo ICMS | Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG

No mês que começou o mais recente tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo de Minas Gerais encerrou agosto com uma leve alta de 0,5% na arrecadação de impostos estaduais em comparação com o mesmo mês de 2024. No período, foram destinados aos cofres públicos do Estado R$ 8,7 bilhões entre impostos e taxas. Frente a julho, quando a arrecadação chegou a R$ 8,6 bilhões, houve aumento de 1%.

Os dados são da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF). A alta anual foi puxada, principalmente, pelo recolhimento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que ficou 3,7% superior em agosto frente a igual período de 2024.   Quanto ao volume de recursos no mês, a maior parcela veio também do ICMS, com R$ 7,3 bilhões arrecadados. Na comparação com julho, quando a arrecadação chegou a 7 bilhões, houve alta de 2,9%.

O imposto também foi responsável pela maior parte dos recursos arrecadados por Minas Gerais ao longo de oito meses deste ano. O recolhimento do ICMS gerou um montante de R$ 55,6 bilhões nesse período e ficou, assim, 8,2% maior em relação ao ano passado.

Já a cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), em agosto, garantiu aos cofres estaduais R$ 286,4 milhões, alta de 9,1% na comparação ano a ano. Frente a julho, a arrecadação teve queda de 23,2%. No acumulado do ano, ao todo, foram R$ 11 bilhões pagos pelos contribuintes, montante 9,4% maior que os R$ 10,1 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2024.

O levantamento da SEF mostra que, em agosto, o recolhimento de taxas chegou a R$ 238,6 milhões, aumento de 8,9% no período na comparação ano a ano. Frente a julho, a alta foi de 1,8%. O montante contribuiu para arrecadar R$ 1,9 bilhão em taxas ao longo de 2025, valor 0,6% maior que nos primeiros oito meses de 2024.

No acumulado do ano, Minas Gerais arrecadou R$ 1,2 bilhão com o recolhimento do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD). O valor cresceu 5% no período. No oitavo mês de 2025, quando a movimentação chegou a R$ 141,1 milhões, houve queda de 13,2% frente a agosto de 2024. Frente a julho deste ano, a redução foi ainda maior, de 15,1%.

Com o resultado, de acordo com os dados da SEF, a receita tributária do Estado foi responsável por um recurso de R$ 69,8 bilhões entre janeiro e agosto de 2025, aumento de 8% frente ao mesmo período de 2024 – R$ 64,6 bilhões. Quando se considera apenas agosto, a receita tributária ficou 3,7% maior, com um valor de R$ 7,9 bilhões.

Outras receitas aumentam arrecadação em Minas Gerais

Em relação às outras receitas, o montante arrecadado, no acumulado do ano até agosto, foi de R$ 7,3 bilhões, aumento de 2,6% quando comparado com o ano anterior. No mês, as outras receitas movimentaram R$ 789,8 milhões, 23% a menos que em igual período de 2024.

Os destaques são a alta de 6,7% no recolhimento com multas em oito meses de 2025, o que resultou em R$ 1,3 bilhão destinado aos cofres de Minas Gerais, e uma alta de 1,9% com arrecadação de dívida ativa, que atingiu R$ 1 bilhão de janeiro a agosto.

O professor de ciências contábeis da Unidade Floresta da Estácio, Alisson Batista, aponta que o tarifaço de Trump impactou drasticamente alguns setores da economia mineira, de forma mais direta e algumas commodities, o que também afetou a arrecadação de impostos. “O setor da mineração e o agronegócio tiveram um grande impacto sobretudo devido às restrições impostas no curto prazo”, disse.

A arrecadação de ICMS em agosto, por exemplo, registrou crescimentos mais tímidos neste ano nas variações anual e mensal do que no ano passado, segundo Batista, tendo em vista o arrefecimento da atividade do comércio e da indústria no Estado.

O professor destaca ainda que o aumento da arrecadação do ICMS deve-se, entre outros fatores, também ao setor de combustíveis, que, devido às oscilações do dólar, contribuiu para uma maior arrecadação. “Além disso, no agronegócio mineiro, o abastecimento interno foi favorecido pelas altas taxas no contexto internacional”, explica.

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