Negócios

MPEs mineiras inovam sem grandes investimentos

Principais impactos positivos observados foram a melhoria da qualidade de produtos ou serviços
MPEs mineiras inovam sem grandes investimentos
Tipos de inovação mais adotados pelos pequenos negócios, segundo pesquisa do Sebrae Minas, são: marketing (49%), tecnológica (40%) e modelo de negócios (34%) | Foto: Reprodução Adobe Stock

Entre outros significados, no dicionário, “inovar” é sinônimo de variar, mudar, reformar, restaurar e renovar, e nenhuma dessas palavras tem a ver, necessariamente, com o uso de novas tecnologias ou com tecnologias disruptivas. É isso que os pequenos negócios começam a entender e a buscar: inovações que criam valor e tornam o negócio mais competitivo, sem a necessidade de grandes investimentos.

Uma pesquisa do Sebrae Minas revela que, para 72% das pessoas que empreendem em Minas Gerais, a inovação é essencial para a sobrevivência do negócio. Além disso, mais da metade delas (56%) afirma que a empresa já inovou em produtos, serviços ou processos ou pretende inovar (25%).

Entre as empresas que já inovaram, os principais impactos positivos observados foram a melhoria da qualidade de produtos ou serviços, apontada por 63% dos respondentes, seguida pela melhoria do atendimento (45%) e pela captação ou fidelização de clientes (35%). Apenas 4% citaram que não observaram nenhum impacto positivo.

De acordo com a gerente de Inovação e Mercado do Sebrae Minas, Lina Volpini, ao entender que a inovação não está somente na adoção de novas tecnologias, os pequenos empreendedores encontram formas de melhorar processos, comunicação e produtos sem a necessidade de grandes investimentos e, até mesmo, de forma gratuita. Ela alerta, porém, que nada disso é possível sem planejamento.

“O número de pequenas empresas interessadas e já fazendo inovação é um bom indicativo. O conceito de inovação vem mudando e se desprendendo da ideia de que ela só acontece por meio de grandes investimentos em tecnologia. É claro que a tecnologia acelera os processos, mas ela é um meio e não um fim. O que os pequenos não conseguem fazer, muitas vezes, por falta de tempo ou conhecimento, é um bom planejamento”, afirma Lina Volpini.

Lina Volpini
Lina Volpini: a tecnologia acelera os processos, mas ela é um meio e não um fim | Foto: Divulgação Sebrae Minas

A pesquisa revelou que os tipos de inovação mais adotados pelos pequenos negócios são: marketing (49%), tecnológica (40%) e modelo de negócios (34%). Quando perguntados sobre as principais áreas em que a empresa tem buscado inovação, a maioria dos respondentes citou marketing (41%), seguido por varejo (29%), TI e comunicação (26%) e inteligência artificial (16%).

O estudo também apontou quais são os principais desafios enfrentados pelas empresas para inovar. Para 70% do total de entrevistados, a falta de recursos financeiros é o maior obstáculo, seguida pela falta de mão de obra qualificada (37%) e pela falta de tempo para idealizar e aplicar uma inovação (26%).

“Inovar é fazer diferente, gerando valor. Inovação é idear, planejar e agir, mas o acesso ao capital ainda é um obstáculo devido à burocracia. Falta letramento para que as pessoas entendam os editais e as regras dos financiamentos. A garantia é o maior obstáculo porque os pequenos, via de regra, ainda não têm patrimônio. Existem linhas no BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e o Tecnova, do Sebrae Nacional, que poderiam ser muito mais acessadas.

Não é à toa que outro dado de destaque na pesquisa é que, entre as empresas que afirmaram já ter inovado, 94% citaram que não captaram recursos por meio de editais de fomento à inovação.

“O Sebrae é o grande amigo do empreendedor na inovação. Recomendamos que o empreendedor faça o mapeamento das prioridades e, para ajudá-lo, temos o agente local de inovação, que acompanha o negócio por seis meses, ajudando a fazer o diagnóstico das áreas críticas, organizar e priorizar, além das ferramentas como o Sebraetec”, continua.

Inovar é verbo feminino: o olhar das empreendedoras sobre o futuro

Acostumadas a se equilibrar entre o trabalho, os cuidados com a casa e a família e muitos outros afazeres diários, as mulheres são capazes de criar soluções cotidianamente, e essa habilidade é útil na gestão dos seus negócios. A Pesquisa Global de Empreendedorismo 2025, da GoDaddy, mostra que 79% das empresárias acreditam que a inteligência artificial (IA) ajudará suas pequenas empresas a competir com outras maiores e com mais recursos no próximo ano.

O estudo aponta, ainda, que 57% das pequenas empresas no País são lideradas por mulheres. Esse público demonstra grande otimismo, com 86% delas esperando que seus negócios cresçam nos próximos três a cinco anos, número acima do observado entre os homens (80%).

“É da natureza feminina ser conectada com habilidades multidisciplinares. Estamos caminhando para um futuro de inovação de impacto social, lado a lado com a economia regenerativa, e isso exige um perfil de cuidado com o qual a mulher já está muito habituada. A inovação é sobre conectar coisas, conteúdos e pessoas diferentes. Por isso, acredito que a mulher esteja na ponta de lança da inovação nos negócios em geral, especialmente nos pequenos, onde elas estão muito presentes”, completa a gerente de Inovação e Mercado do Sebrae Minas.

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