Startup mineira inicia operação de usinas e mira mercado livre de energia para baixa tensão
A Evolua Energia pretende dar um novo passo com a Medida Provisória (MP) 1304, que, entre outras questões, permite o ingresso de consumidores residenciais e comerciais no mercado livre. Atualmente na comercialização da energia elétrica de suas próprias usinas solares, por meio da Geração Distribuída (GD), a empresa agora trabalha para vender eletricidade tanto fruto da GD quanto adquirida no Ambiente de Contratação Livre (ACL) aos consumidores de baixa tensão.
Neste mês de novembro, a startup mineira começa a operar duas usinas fotovoltaicas no município de Caicó (RN), que contaram com investimentos de R$ 20 milhões. O objetivo da empresa no estado potiguar é produzir e comercializar eletricidade lá mesmo, em toda a região do Seridó, que tem a própria Caicó como cidade-pólo e abrange outras oito cidades. A empresa tem usinas solares de GD em oito estados brasileiros.
Além do Rio Grande do Norte e do seu estado natal, a startup tem usinas na Bahia, no Ceará, Goiás, Mato Grosso, Paraíba e Piauí, sempre com atuação em um ambiente totalmente digital. Com a entrada em operação das usinas potiguares, em dezembro, Minas Gerais deverá concentrar metade de toda a potência instalada do parque gerador da Evolua no Brasil, de 143 megawatts (MW) no total. Hoje o Estado concentra mais da metade dessa potência.
Os aportes das duas novas usinas fizeram a Evolua Energia contabilizar investimentos de R$ 988 milhões desde sua fundação, em 2020. A marca dos R$ 1 bilhão em investimentos certamente será superada no próximo ano, garante o CEO da Evolua, Fernando Schuffner, mas que a empresa no momento avalia os próximos passos com a MP 1304, se vai investir em novas usinas de GD, em aquisição no ACL ou se fará os dois movimentos combinados.

“A gente não precisa investir só em usinas de GD, podemos atuar tanto em usinas de GD quanto em energia comprada no mercado livre para vender energia aos consumidores”, disse. “Estamos começando as contas, mas queremos ser um player relevante nesse mercado, para vender ao consumidor de baixa tensão. Num primeiro momento, é possível continuar crescendo em GD e introduzir no mercado livre para vender aos consumidores”, completa.
A estratégia, aponta o CEO, é atuar com o mercado livre na comercialização de energia em todo o País, fazendo uso da eletricidade adquirida no ACL onde a empresa não tem usinas de GD. Um dos mercados visados é a cidade de São Paulo, por exemplo, que, pela sua própria composição, não permite a instalação de usinas solares próximas, o que fará os consumidores de baixa tensão buscarem energia no ACL ao invés da GD.
Evolua Energia espera dobrar número de clientes no próximo ano
Apesar de considerar que o segmento de Geração Distribuída ainda continuará interessante para investimentos, a tomada de decisão mesmo dependerá dos efeitos no mercado de energia com a MP 1304 e as regulamentações feitas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), analisa Schuffner. “Depois dessa análise vamos tomar a decisão estratégica”, afirma.
Mas antes mesmo das definições do estado brasileiro serem postas à mesa, a Evolua Energia já aumentará o número de pessoas que utilizarão seus créditos do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) para abater o valor da conta de luz.
A expectativa da startup é aumentar em 15% a sua base de clientes neste ano. Já para o próximo ano, o cenário é bem mais otimista. A Evolua Energia espera dobrar de tamanho em número de consumidores. A confiança deve-se, sobretudo, na atenção que a startup deposita na qualidade do serviço, considerada pelo CEO como determinada para o “casamento perfeito” entre o produto vendido, a prestação do serviço e a necessidade do consumidor.
“A expectativa é de crescimento intenso, porque vendemos um benefício para o cliente, uma redução de custo. Não é aumento, comprar uma coisa, é consumo de energia, no comércio, indústria ou casa dele. Todo mundo quer redução de custo, não é uma coisa que é difícil de vender”, aponta Schuffner.
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