Catedral de Mariana recebe órgão restaurado; confira imagens
Mariana (região Central), a primeira capital de Minas Gerais, está pronta para o Natal e já ganhou o seu maior presente: a volta do órgão Arp Schnitger depois de 10 anos inativo. O instrumento de origem alemã chegou à Primaz de Minas em 1753 como presente da Coroa Portuguesa e agora passou por uma restauração na Espanha. O projeto foi comandado pelo reitor da Catedral, padre Geraldo Dias Buziani.
Toda iluminada, a cidade comemorou com a série de concertos “Sons do Sagrado”, encerrada no sábado, 13, com a participação do Coral Ars Antiqua, de Belo Horizonte.
“Desde meados de agosto estamos preparando as celebrações de 280 da Arquidiocese e da reinauguração do órgão. Fomos dividindo o trabalho em equipes porque era muita coisa. Primeiro as questões burocráticas e se seria possível o restauro ser concluído na data. Concomitantemente organizamos a programação dos Sons do Sagrado e os patrocínios. Eu, como pároco, fazendo essa essa coordenação. Agora, ao encerrar os concertos, o sentimento é de alegria e gratidão”, relembra Buziani.
O projeto de restauro custou cerca de R$ 1,3 milhão, liberados pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compat). A recuperação do órgão é considerada um marco não só para Mariana, como para a arte no Brasil. O instrumento, único da sua categoria fora da Europa, volta ao convívio comunitário, sendo utilizado na liturgia em datas comemorativas e concertos abertos ao público.
O retorno também vai ajudar a fomentar um mercado que vai dos estudantes de música, musicistas e outros profissionais que vão dar manutenção ao instrumento e toda a estrutura de produtos e serviços para turistas interessados em conhecer o instrumento e sua história. A cidade histórica faz parte do Circuito do Ouro e, junto com Congonhas, Ouro Branco, e Ouro Preto forma a rota “Entre Cenários da História”.

De acordo com a organista Josinéia Godinho, o Arp Schnitger marca a história cultural de Mariana e o futuro se mostra promissor.
“A grande importância é o órgão em si. Ele faz parte da história da cidade, chegando pouco depois da criação da Diocese, então ele cresceu com Mariana, passando pelos bons e maus momentos. A volta para a liturgia é muito importante porque depois de quase 10 anos de silêncio, a gente tem uma geração de pessoas que nunca o ouviram. Na próxima semana faremos concertos para as crianças para que elas comecem a gostar e a cuidar dele. O futuro é promissor porque uma das pessoas que trabalhou no restaurou é um brasileiro, o Fréderic Desmottes. E eu tenho alunos em Belo Horizonte e aqui, então, é sempre um objetivo que os jovens estejam mais próximos e se preparem para cuidar dele também”, explica Josinéia Godinho.
Para a maestrina do Coral Ars Antiqua, Ângela Pinto Coelho, a oportunidade de acompanhar um instrumento único é motivo de alegria e comemoração.
“O órgão é uma joia de Mariana e do Brasil, um símbolo maravilhoso do nosso barroco. Foi uma honra imensa estar aqui e apresentar o Coral Ars Antiqua nessa catedral maravilhosa e com esse órgão maravilhoso. Para mim, isso foi uma honra”, afirma Ângela Pinto Coelho.
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