Finanças

Banco do Nordeste desembolsou R$ 3,58 bilhões para Minas Gerais

Valor foi disponibilizado para Minas Gerais no período de janeiro a novembro de 2025; recurso é 1,8% maior frente ao mesmo intervalo do ano anterior
Banco do Nordeste desembolsou R$ 3,58 bilhões para Minas Gerais
Em termos de volume de contratos, no entanto, o banco atendeu 5,33% a menos no período, saindo de 62,7 mil para 59,4 mil contratos no Estado | Foto: Divulgação Banco do Nordeste

O Banco do Nordeste (BNB) disponibilizou de janeiro até novembro R$ 3,58 bilhões em contratos de empréstimos para Minas Gerais. O montante é 1,8% maior do que no mesmo intervalo do ano passado e equivale a R$ 66 milhões a mais investidos no Estado em 2025. Em termos de volume de contratos, no entanto, o banco atendeu 5,33% a menos no período, saindo de 62,7 mil para 59,4 mil contratos.

Segundo dados do Banco do Nordeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) foi a principal fonte de recursos da instituição, responsável por R$ 2,84 bilhões em contratos. O valor representa um crescimento de 0,39% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O superintendente do Banco do Nordeste em Minas Gerais, Wesley Maciel, explica que é natural que no início do ano os desembolsos sejam menores e que aumentem ao longo do ano. “No início do ano temos a troca da taxa do FNE que retarda as contratações e consequentemente, os desembolsos”, explica.

Ao longo do ano, segundo ele, os desembolsos vão acontecendo no processo natural de maturação dos contratos e vão se desenrolando. “No segundo semestre, temos a quadra invernosa na nossa área de atuação que é o Norte de Minas, em que a chegada das chuvas amplia os projetos, especialmente da pecuária, contribuindo para que tenhamos mais desembolsos no segundo semestre”, diz.

Quando observado os setores, conforme os dados do banco, no período de 11 meses, o de infraestrutura foi o que mais recebeu verba, sendo responsável por R$ 907 milhões do montante total. No entanto, apresenta queda (-18,9%) em relação ao ano passado quando o setor recebeu R$ 1,1 bilhão.

Nesse caso, o superintendente do Banco do Nordeste explica que as operações de geração de energia, especialmente geração de energia solar e eólica, continuam demandando crédito, porém com menos força. No entanto, em 2025, o “boom” de desembolsos para o setor atendeu uma demanda de projetos de saneamento e de duplicação de rodovias.

“Houve uma demanda de saneamento básico em Governador Valadares e da duplicação da BR-116 entre a cidade e o Rio de Janeiro. Foram dois grandes projetos que ajudaram a aumentar os desembolsos. Isso é interesse para os beneficiados se diversificarem e não ficarem tão concentrados na geração de energia”, comenta.

Ainda assim, a maior variação entre os setores em termos comparativos, foi o da agroindústria, com alta de R$ 101%, passando dos R$ 7,6 milhões recebidos em 2024, para R$ 15,3 milhões recebidos este ano. Os desembolsos realizados para a agricultura de um modo geral, também ampliaram, passando de R$ 430 milhões para R$ 637 milhões, alta de 48%.

A agricultura, de acordo com Wesley Maciel, está demandando recursos para as áreas de café no Norte de Minas, principalmente na Serra do Cabral e na região de Grão Mogol onde há uma nova fronteira promissora para cafés especiais.

Segundo Maciel, são agriculturas irrigadas, de cunho mais empresarial e pujante que demandam mais recursos do banco. “É caro implantar uma lavoura de café e ter a infraestrutura necessária de colheita e de beneficiamento. Tem aparecido bons projetos, especialmente nessas duas regiões e a gente tem se aproximado desse público, ao disponibilizar esses recursos”, conta.

Quando observados o porte das empresas, as categorias que mais receberam verbas foram as da mini e micro empresas, sendo juntas contempladas com cerca de R$ 845 milhões. Em seguida vieram as de grande porte, tendo R$ 708 milhões da verba destinada a elas.

Contratações superam R$ 3,8 bilhões em Minas Gerais

Quando se trata de contratações, ou seja, contratos firmados em 2025, de janeiro a outubro, o Banco do Nordeste contratou R$ 3,8 bilhões no Estado.

O valor confirma a tendência de alta das contratações em relação ao ano passado: o crescimento parcial é 11,7% frente aos R$ 3,4 bilhões registrados em igual período no último exercício.

Apenas com recursos do FNE, principal fonte de recursos da instituição, foram contratados cerca de R$ 3,2 bilhões, 17% a mais do que o mesmo período de 2024.

No recorte por segmentos no âmbito do FNE, os destaques em valores são infraestrutura: R$ 1,1 bilhão; pecuária: R$ 705,3 milhões; agricultura: R$ 687,3 milhões; e comércio e serviços: R$ 590 milhões.

Já em termos de crescimento na comparação ano a ano, sobressaem-se os setores de indústria (75,5% de alta, R$ 63,4 milhões); agroindústria (52,2%, R$ 16,5 milhões); e agricultura (50,4%).

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