Escola aposta em Minas para escalar modelo educacional

A Escola Mira, com sede em Londrina, no Paraná, recebeu um aporte de R$ 1 milhão e, há dois meses, ingressou no mercado de franquias. A rede planeja expandir a atuação e tem como um dos focos chegar ao mercado de Minas Gerais em 2026. A ideia é buscar franqueadas para abrir unidades em Belo Horizonte e Uberlândia ao longo do primeiro semestre do próximo ano, mas o potencial é grande, e já foram mapeadas quase 30 cidades no Estado, como Uberaba, Alfenas, Araxá e Barbacena.

A rede é focada em educação financeira e empreendedorismo para crianças e jovens entre 7 e 17 anos. A empresa, com valuation de R$ 10 milhões, tem a expectativa de faturar R$ 2,2 milhões neste ano. Com o novo modelo, a projeção para 2026 é dobrar para R$ 4,3 milhões.

A Escola Mira foi fundada pelo casal Marco Antonio Casagrande e Ana Casagrande. Conforme Marco Casagrande, a proposta da escola é levar o empreendedorismo, a educação financeira e o desenvolvimento de habilidades, que muitas vezes são negligenciadas pela escola tradicional, para crianças e jovens.

“Fora do Brasil, esse tipo de educação já acontece e a tese já foi validada, principalmente dentro das escolas que possuem um olhar para desenvolver liderança, comunicação e educação financeira. Além disso, temos um outro grande problema social. No País, oito a cada 10 empresas quebram em menos de 5 anos. A causa vai além da carga tributária e de outros desafios estruturais. Nós entendemos que existe uma relevância educacional de impacto nesse sentido. Falta o Brasil olhar para dentro das escolas, levar esse tema e desenvolver essas habilidades”.

Diante dos gargalos, Casagrande explica que existe um espaço muito grande para desenvolver a tese do empreendedorismo na educação desde cedo. “Nosso diferencial é, realmente, desenvolver o empreendedorismo para jovens de 7 a 17 anos. A escola conta, hoje, com 180 alunos, que geralmente são filhos de empresários e validam essa proposta, já que tivemos uma renovação de 90% dos alunos”.

A metodologia utilizada na Escola Mira é própria, foi desenvolvida em Harvard e no Vale do Silício e não utiliza professores, mas facilitadores. O objetivo é ter o aluno como protagonista do envolvimento.

“Para alunos de 7 a 10 anos, a ferramenta principal de engajamento é o lúdico. Um dos módulos, por exemplo, é o aluno descobrir quanto custa viajar, fazer o planejamento de destino, documentação e logística. É trazer esse pensamento crítico para a gestão básica familiar, tanto do lazer da família quanto das atividades domésticas. É o aluno ter uma participação na organização do lar”.

Alunos de 11 a 14 anos começam a simular negócios, criando logos, propostas de valor e entendendo problemas de mercado. Para alunos de 15 a 17 anos, a prática envolve a resolução de problemas reais de empresas parceiras. Para isso, a escola possui 100 empresas parceiras e realiza visitas a indústrias.

Minas Gerais foi escolhido como um mercado potencial devido ao perfil de inovação de Belo Horizonte, que também concentra grandes e importantes empresas. Além disso, o Estado vem apresentando crescimento no setor educacional, com empresas como Supera, Supercérebro e Kumon, entre outras.

“Nós temos um apreço por Minas justamente por esse poder econômico e também cultural, com grandes empresas e grandes players de mercado. Então, estamos olhando muito esse raio geográfico”.

O investimento inicial para uma franquia é de R$ 240 mil, com faturamento médio mensal de R$ 150 mil. O retorno para o franqueado é estimado entre 12 e 18 meses.