Economia

Copasa garante segurança hídrica na Grande BH mesmo com reservatórios abaixo de 50%

Sistema Paraopeba opera a 46,4% de capacidade; companhia avalia que volume está dentro da normalidade para a época do ano
Copasa garante segurança hídrica na Grande BH mesmo com reservatórios abaixo de 50%
Copasa aponta que os níveis atuais são considerados normais para esta época do ano | Foto: Verônica Manevy / Imprensa-MG

Em um cenário climático instável, marcado por pancadas de chuvas e ondas frequentes de calor, o Sistema Paraopeba, que atende a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), encerra 2025 operando com menos da metade (46,4%) da capacidade. Ainda assim, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) avalia que o volume está dentro da normalidade para a época do ano.

Dentro do sistema, o cenário é diversificado. Enquanto os reservatórios de Vargem das Flores (48,4%) e Serra Azul (30,7%) encerram o ano operando abaixo da metade da capacidade, o Rio Manso apresenta desempenho superior, sustentando 55,2% do volume total.

De acordo com a Copasa, o atual volume armazenado, somado ao consumo consciente da população, garante a continuidade do abastecimento de maneira regular na maior parte da Grande BH. A companhia ressalta ainda que a oscilação dos níveis dos reservatórios, com esvaziamento no período seco e recomposição no período chuvoso, faz parte do ciclo operacional esperado dessas estruturas.

Embora acumule variações na capacidade, o Sistema Produtor Paraopeba opera de forma integrada. Isso possibilita que a companhia monitore os reservatórios e os analise em conjunto, garantindo maior segurança operacional ao sistema.

A Copasa ainda alerta que condições climáticas extremas, como altas temperaturas e baixa umidade do ar, podem elevar significativamente o consumo e provocar instabilidades pontuais no abastecimento. “Nesses casos, regiões mais distantes da rede ou localizadas em áreas de maior altitude tendem a ser mais suscetíveis a oscilações no fornecimento”, destaca a companhia.

O balanço pluviométrico de dezembro revela queda acentuada no volume de chuvas em todos os sistemas na comparação anual. Em destaque, o reservatório Vargem das Flores registrou apenas 175,5 milímetros (mm) no último mês, menos da metade dos 404,4 mm computados em dezembro de 2024.

No Rio das Velhas, o acumulado de 195,7 mm também ficou muito aquém da média histórica de 339,6 mm, evidenciando um final de ano mais seco para os principais sistemas da Capital.

Diante desse cenário, a Copasa afirma que está realizando todas as medidas operacionais necessárias a fim de garantir o fornecimento de água para a população. Como reforço, é recomendado o apoio dos moradores na adoção de medidas de economia, que incluem uso consciente das torneiras e atenção à tubulação do imóvel.

Reajuste de tarifas a partir deste mês

Vale lembrar que a Copasa implementa nova política tarifária agora em janeiro. A partir de 22, haverá reajuste médio de 6,56% para a população.

A revisão foca a eficiência e a sustentabilidade do sistema de abastecimento. Um dos pilares do novo ciclo de tarifas é o fortalecimento do pilar social, com a ampliação dos benefícios para famílias vulneráveis no CadÚnico e a concessão de 50% nas tarifas de água e esgoto para hospitais públicos e entidades filantrópicas.

O quadro observado ao fim de 2025 evidencia como a combinação entre variabilidade climática, pressão sobre os reservatórios e padrões de consumo tende a se tornar um desafio cada vez mais recorrente para o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nesse cenário, a gestão integrada dos sistemas, aliada ao uso consciente da água pela população, surge como fator decisivo para a segurança hídrica. A entrada em vigor de um novo ciclo tarifário, por sua vez, amplia o debate sobre a necessidade de investimentos contínuos, eficiência operacional e mecanismos de proteção social, em um contexto de mudanças climáticas e maior exigência sobre os serviços públicos essenciais.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas