Economia

Localização ganha ainda mais importância em novos projetos

Localização ganha ainda mais importância em novos projetos
Localiza construiu sua nova sede na região Noroeste da Capita e registrou redução no tempo de locomoção dos funcionários - CREDITO: CHARLES SILVA DUARTE

Daniela Maciel e Thaíne Belissa*

Mobilidade também tem sido uma das palavras que mais aparecem nos planejamentos de empresas do setor imobiliário. Se até há alguns anos assuntos como “trânsito” ou “acesso ao transporte público” pouco pesavam no desenho de um prédio residencial ou comercial, hoje esses temas estão no topo da lista de aspectos a serem considerados.

Em um prédio de 26 andares, localizado no bairro Cachoeirinha, na região Noroeste da Capital, a nova sede da Localiza é um exemplo de empreendimento imobiliário construído a partir da lógica da mobilidade. Inaugurado há pouco mais de um ano, o edifício passou a abrigar toda a área administrativa da Localiza, que até então era descentralizada em três prédios diferentes. Ao todo, 1.800 funcionários trabalham no local.

A arquiteta responsável pelo projeto, Gisele Borges, afirma que a centralização das operações melhorou a vida dos funcionários, que antes precisavam se deslocar de um prédio para outro para reuniões com departamentos diferentes. Além disso, segundo a arquiteta, a localização da nova sede trouxe um ganho de mobilidade impressionante, tendo em vista que 70% dos funcionários passaram a ter que se deslocar por menos tempo no trajeto de casa ao trabalho.

O projeto também considerou a movimentação dos funcionários na região. Segundo Gisele Borges, foi realizado um estudo no local e verificou-se que ele era pouco abastecido por alguns serviços essenciais, como restaurante. Para evitar grandes deslocamentos, o projeto da sede incorporou serviços como esmalteria, academia e restaurante, além de 18 mil metros quadrados de área verde e espaço de convivência.

“O novo urbanismo incentiva que as pessoas tenham o menor deslocamento possível. Para isso, o ideal é que os bairros tenham diversos usos e não fiquem restritos a só uma vocação. Essa mesma tendência existe para os empreendimentos imobiliários, que têm cada vez mais vocações e usos. No caso da Localiza isso beneficia os funcionários e também a cidade, uma vez que há menos carros transitando”, afirma a arquiteta.

Construção civil – A mobilidade também tem favorecido o desenvolvimento de novos negócios no setor da construção civil. É o caso da construtora mineira EPO, que está apostando em empreendimentos residenciais como foco no acesso facilitado aos centros de atividades, sejam escolas, centros empresariais, hospitais ou terminais de transporte coletivo. “Mobilidade não tem a ver só com transporte, mas com a possibilidade de se chegar mais rápido e do melhor jeito aos diferentes destinos. E isso tem tudo a ver com a localização da moradia”, afirma o diretor da EPO, Gilmar Dias dos Santos.

Segundo ele, a empresa está investindo em empreendimentos que ficam em centralidades da cidade que são amplamente abastecidas por serviços. Além disso, esses prédios incluem apartamentos menores – para concentrar um número maior de pessoas – e com oferta de serviços coletivos, como academia e lavanderia. “Também pensamos em oferecer o serviço de motorista que faça toda a programação relacionada a essas questões de saúde, como buscar exames, levar amostra para laboratório e levar os moradores para as consultas”, adianta.

Com sede na Capital, a incorporadora especializada em street malls, My Mall, é outro exemplo de empresa do setor imobiliário que tem o conceito da mobilidade em seu DNA.

Justamente por entender a dificuldade de deslocamento, a empresa apostou na construção de pequenos centros comerciais fora da região central e no caminho de ida ou volta das pessoas. “O hipercentro foi esvaziado e surgiram outras centralidades na cidade. Como incorporadora, nossa missão é criar projetos que reflitam essa descentralização e ajudar as famílias que precisam consumir, mas estão periféricas à área central”, afirma.

Segundo ele, até há alguns anos, as pessoas viviam sob o “efeito pêndulo”, saindo de casa logo cedo, se transportando para longas distâncias para trabalhar, comprar ou se divertir e, ao fim do dia, voltando todo esse caminho até suas casas. Ele afirma que a construção de centralidades e de empreendimentos como os street shoppings nessas áreas ajudam a combater esse efeito, permitindo que as pessoas se desloquem menos e tenham mais qualidade de vida. (DM/TB)

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