Economia

Economistas defendem abertura comercial, financeira e bancária do País

São Paulo – Ex-presidente do Banco Central e atual diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o economista Carlos Langoni sugeriu ontem que o Brasil recorra a reformas pró-crescimento, como a abertura da economia, por exemplo, uma vez que os efeitos das reformas tão debatidas na atualidade se materializarão de forma gradual e no longo prazo.

Ao participar do Brasil Summit 2018, organizado pela Thompson Reuters, ontem, em São Paulo, Langoni destacou a importância de se fazer as reformas previdenciária, tributária e de ajustar as contas públicas, mas ponderou que são todas medidas que dependem da política e autorização do Congresso. “Abertura da economia não precisa de apreciação do Congresso. É um processo que depende apenas de uma nova postura do Brasil em relação ao mundo e à economia internacional”, disse o ex-BC.

Paradoxalmente, continuou Langoni, a situação de estresse entre Estados Unidos, União Europeia, Nafta e países asiáticos abre espaço interessante para o Brasil adotar uma agressiva postura de abertura comercial. “Eu sou daqueles que acham que a abertura estimula a competitividade”, disse o economista. Para ele, esta será a saída para este ciclo de relativa estagnação.

“Temos que negociar com a União Europeia, com a Inglaterra que agora sai da UE pelo Brexit, com a Costa do Pacífico, com o México, e fazer um acordo estratégico com a China, que é um grande investidor e um grande parceiro comercial do Brasil”, afirmou.

Instituições financeiras – A abertura econômica no Brasil precisa também contemplar a abertura financeira e bancária, disse o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Márcio Holland, durante participação evento.

“Sempre que se fala em abertura no Brasil se fala em abertura comercial. Eu acho que a abertura econômica no Brasil tem que ser enorme e incluir a abertura financeira e bancária”, afirmou ele, ao comentar proposta do ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, que no mesmo evento defendeu a abertura como forma de romper o ciclo de estagnação da economia.

De acordo com Holland, é um “acinte” quatro grandes bancos dominarem mais de 80% das operações no Brasil. “E o Banco Central e as regras do sistema financeiro no Brasil permitem isso”, criticou Holland, para quem é preciso fazer um programa de atração de grandes bancos estrangeiros para o País.

Segundo o ex-secretário, é muito simples fazer isso. “É só permitir a venda de folhas de pagamento para bancos estrangeiros, vender a carteira de crédito rural do Banco do Brasil para bancos estrangeiros. Então, isso tem que compor a abertura da economia brasileira e não só a abertura comercial”, afirmou Holland. (AE)

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