Caixa melhora as condições do financiamento imobiliário

Os juros do crédito imobiliário para compra de imóveis do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) de até R$ 1,5 milhão terão queda de 0,75 ponto percentual a partir do próximo dia 24, sendo que as taxas mínimas cobradas passarão de 9,5% ao ano para 8,75%. O anúncio foi feito na sexta-feira (14) pela Caixa Econômica Federal. Essa é a terceira vez este ano que o banco reduz as taxas de juros para compra da casa própria, o que é considerado positivo pelo setor, mas ainda insuficiente para alavancar o mercado.
Com a medida, as taxas mínimas do SFI se igualam às do Sistema Financeiro de Habitação (SHF), que inclui imóveis residenciais de até R$ 950 mil no caso de Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, sendo que nos outros estados esse limite é de R$ 800 mil. Os imóveis residenciais acima do limite do SFH são enquadrados no SFI. A taxa máxima de juros cobradas do crédito imobiliário do SFI passa de 11% para 10,25%.
Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e empresário da construção civil, Teodomiro Diniz Camargos considera que a medida anunciada pela Caixa é positiva e traz ganho de confiança. “O mercado sempre melhora com a baixa de custo, no caso dos juros. Os preços dos imóveis já estão deprimidos, já que o mercado tem tido melhora, mas ainda está pouco ativo”, disse.
Ele avalia que a medida pode aquecer a venda de imóveis na faixa de preço prevista no SFI. Camargos explica que, no geral, são imóveis de 50 metros a 180 metros quadrados. “É uma faixa que precisava de estímulo”, disse.
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Mas, para Camargos, o impulso do setor só virá com a recuperação da economia como um todo, com redução de desemprego. Ele ressalta que também é necessária uma maior segurança do quadro político para dar confiança ao tomador de crédito.
Vice-presidente das incorporadoras da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado (CMI-Secovi), Daniel Katz também avalia como positiva a queda dos juros. “Quanto mais barato o juro, menor é a prestação do financiamento imobiliário”, diz.
Daniel Katz considera que as vendas de imóveis na faixa de R$ 750 mil a R$ 2 milhões precisam de impulso. Ele explica que esse tipo de imóvel é adquirido, normalmente, pela classe média alta, que vem sofrendo muito com a retomada lenta da economia. “O pequeno empresário acaba não assumindo endividamentos de longo prazo”, exemplifica.
Katz também considera que a recuperação do mercado só virá com a definição do cenário político, o que dará mais previsibilidade à economia, incentivando os investimentos.
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Outras medidas – Em abril, a Caixa reduziu em até 1,25 ponto percentual as taxas de juros de crédito imobiliário, para operações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). De acordo com o banco, as taxas mínimas passaram de 10,25% para 9% ao ano para imóveis do SFH e de 11,25% para 10% ao ano, para imóveis enquadrados no SFI.
Em julho o banco reduziu em média de 1 a 2 pontos percentuais ao ano as taxas do crédito imobiliário para pessoa jurídica. Em agosto a ocorreu redução de até 0,5 ponto percentual das taxas de juros do crédito imobiliário para operações com recursos do SBPE.
“As mudanças propostas pelo governo significam novas oportunidades para o setor imobiliário. O objetivo é melhorar as condições de financiamento para nossos clientes em todo País e continuar fomentando a retomada de investimentos do setor da construção civil”, afirmou, em nota, o presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza.
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