Economia

Distribuidoras criticam fórmula da ANP

Rio de Janeiro – A fórmula da ANP, com mudança no preço de referência do programa de subsídio ao final de agosto, com alta média de 13% no combustível na refinaria da Petrobras, não permite que as empresas sejam devidamente remuneradas, avaliou o presidente da associação que representa as distribuidoras de combustíveis Plural, Leonardo Gadotti.

“A conta não fecha. A fórmula (da ANP) foi atualizada de acordo com o que se pedia, que era que se considerassem os custos de logística e internação… atualizaram a fórmula só que os valores… estão abaixo do que na prática se paga pelo mercado. Então… isso está inibindo as importações”, disse.

“É lógico que vai chegar um momento em que vai ter que existir uma saída para isso, porque o Brasil não produz 100% do diesel que consome”, acrescentou Gadotti.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa nove importadoras, Sérgio Araújo, afirmou que a expectativa agora é zerar as importações. “Não tem como importar”, ressaltou.

Prova desse cenário, as importações de diesel pelo Brasil caíram 42% desde o início do programa de subsídio ao combustível, em junho, até o mês passado, ante igual período do ano anterior. Não ficou clara a participação da Petrobras nessas compras.

A fonte do setor de combustíveis disse também que, diante da dificuldade de importar, distribuidoras estão precisando demandar volumes adicionais à Petrobras, que tem atendido aos pedidos, mas “já com alguma dificuldade”.

Questionada sobre o crescimento da responsabilidade da Petrobras, a ANP afirmou que “não há qualquer risco de desabastecimento de diesel”.

O movimento vai na contramão do que defendia o ex-presidente da Petrobras Pedro Parente, que buscou até seu último dia reduzir a responsabilidade da petroleira estatal em garantir o suprimento de combustíveis no País.

Ele renunciou logo após o governo lançar o programa de subvenção, em meio a uma série de pressões políticas.

“A intervenção que foi feita no caso do diesel é da pior qualidade, técnica e política. Além disso, você não estruturou uma saída desse problema”, disse o ex-diretor da ANP Helder Queiroz, para quem a Petrobras, como monopolista, segue como responsável em última instância pela garantia da segurança do abastecimento.

Diante de preços mais altos do petróleo, um novo governo pode voltar a enfrentar os desafios de reajustes expressivos no diesel, uma vez que o programa se encerra ao final de 2018. (Reuters)

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