Economia

Movimento nas gráficas cresce até 20% com eleições

Movimento nas gráficas cresce até 20% com eleições
Uso da internet e mudanças no financiamento das campanhas reduziram material impresso, mas santinhos e colinhas continuam em alta - Manuela D'ávila/Divulgação

O período eleitoral já foi motivo de trabalho dobrado para a indústria gráfica, com a alta demanda por santinhos, cartazes e panfletos utilizados nas campanhas. Esse cenário mudou. O reforço das divulgações pela internet e as mudanças nas regras de financiamento de campanha têm impactado e reduzido encomendas feitas às gráficas no comparativo com outros anos de eleições. Ainda assim, os informes de papel continuam sendo bastante utilizados por políticos e, segundo alguns empresários do setor que atuam na Capital, o período leva a um aumento de até 20% nas encomendas.

Proprietário da Gráfica 101, Ademir Jorge Marinho Toddy considera que essa é a eleição mais fraca que já presenciou. A empresa atua no mercado de Belo Horizonte há aproximadamente 35 anos. Marinho Toddy diz que, em anos passados, o volume de trabalho dobrava, com as empresas tendo que reforçar o pessoal. Neste ano, a gráfica teve uma alta de 20% devido à campanha.

Segundo o empresário, é possível perceber que o dinheiro destinado às campanhas está mais curto. Além disso, há o impacto da divulgação que vem sendo feito na internet. Quanto aos informes de papel, os mais procurados são o santinho, a colinha – que vem com a figura da urna eletrônica no verso; e o chamado santão, que é maior que o santinho e normalmente tem a figura de mais de um candidato.

À frente da Box Gráfica, Thiago Araújo informou ontem que o aumento da demanda na empresa devido ao período eleitoral não foi muito significativo, girando em torno de 5%. Ele afirma ainda que percebeu queda no movimento em relação a outros períodos eleitorais. “A forma de financiamento das campanhas ficou mais complexo”, diz. Ele reforça que é costume o setor prestar o serviço a políticos e cobrar adiantamento de 50%.

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Araújo informa que o material em papel, com panfletos e adesivos, continua sendo bastante usado nas campanhas. Mas ele considera que a internet vem impactando o setor, inclusive porque permite uma segmentação maior, ou seja, atinge mais especificamente o público-alvo.

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Cuidados – O empresário Cristiano Caetano Lara, da Gráfica Rede, informou que neste ano a empresa adotou como regra só atender pedidos de campanha mediante pagamento à vista. Isso porque, no mercado, há um cuidado geral com esse tipo de trabalho devido a casos anteriores de problemas no recebimento. “Não faz parte da política da empresa contar com o aumento dos trabalhos devido ao período eleitoral”, esclareceu.

Ainda assim, as campanhas políticas acabam impactando positivamente, mesmo que de forma indireta, na empresa. Segundo ele, há gráficas que tradicionalmente atuam no ramo político e que, para atender à demanda de campanha, acabam repassando clientes a outras empresas. Nesse movimento, a Gráfica Rede costuma ter aumento de demanda de até 20%, mesmo que de pessoas não ligadas às eleições.

Segundo Lara, as poucas encomendas de políticos atendidas indicam uma exigência maior quanto ao produto. Além dos santinhos, os políticos estão procurando confeccionar jornais com propostas. O empresário também considera que a mudança nas regras de financiamento de campanhas impactou nas encomendas. Ele comenta ainda que a internet não substitui a divulgação feita por meio do papel. “Na internet é tudo muito rápido. Quando a pessoa está com o papel na mão, fica mais fácil gravar o nome do candidato”, comenta.

Regras – De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não há qualquer proibição do uso de santinhos nas campanhas eleitorais. A lei define que o material impresso distribuído é de responsabilidade dos partidos políticos e dos candidatos. A propaganda por outdoors continua proibida. A propaganda eleitoral na internet está liberada. Para 2018, a novidade é que está autorizado o impulsionamento de conteúdos, desde que contratados exclusivamente por partidos, coligações e candidatos.

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