EDITORIAL | O futuro em nossas mãos
Com a campanha eleitoral se aproximando da reta final e com os ânimos acirrados, como se a opção individual tivesse força para anular as questões que verdadeiramente estão em jogo, numa divisão que não faz sentido e só representa mais problemas à frente, cabe repetir que a escolha de um novo presidente da República ou de um novo governador de Estado empolga mas não deveria ser o centro das atenções. Não numa verdadeira democracia, em que por definição os poderes são repartidos e interdependentes. Dito de outra forma, os candidatos que agora se apresentam dizendo-se donos de soluções para todos os males e que prometem fazer e acontecer estão, e reiteradamente, faltando com a verdade, porque mesmo com a força da caneta que estará nas suas mãos, não terão poder para tanto.
Quem pensar o contrário estará sendo iludido, esquecido de que o poder na prática se abriga no Congresso Nacional, diluído entre seus integrantes e os partidos que os representam, uma confusa soma que vai chegando perto de quarenta agremiações, cujo único projeto parece ser exatamente o poder. Eis porque vale a pena repetir e alertar cada eleitor que comparecer às urnas no próximo dia 7. Embora possa até parecer o contrário, os votos mais importantes serão aqueles destinados a senadores e deputados. Saber escolher tendo em conta a relevância da decisão a ser tomada é absolutamente crucial.
Custa muito pouco, custa nada na realidade, revisitar o passado recente e ter em conta a verdadeira natureza dos desvios, dos maus feitos, da corrupção e também da baixa qualidade da gestão pública, gênese dos males que têm impedido o País de encontrar um destino melhor e que com certeza está ao seu alcance. Em síntese, que nenhum brasileiro se esqueça, na hora de votar, dos partidos de aluguel, dos ministérios entregues de porteira fechada e escolhidos exclusivamente em função do tamanho das verbas neles alocadas.
Tudo às claras e aparentemente sem provocar nem mesmo rubor. São as regras de um jogo que vem sendo jogado faz muito tempo. E regras que não mudam, ainda que nenhum político se declare contra a reforma política, simplesmente porque não convém àqueles que repartem o poder – e suas benesses – no País.
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Assim, e para concluir, que todos tenham consciência de que a chance de mudar decorre exclusivamente da qualidade do voto e das escolhas que serão feitas no próximo dia 7, o que significa oportunidade e ao mesmo tempo enorme responsabilidade.
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