Mortes na Indonésia já chegam a 1.234 após tsunami e terremotos; número pode subir ainda mais
Palu – O número de mortes causadas pelos dois terremotos e um tsunami na Indonésia subiu para 1.234, ontem, conforme as autoridades alcançaram as regiões costeiras, anteriormente inacessíveis. Os fenômenos atingiram partes da ilha de Sulawesi, causando o bloqueio de estradas e quedas em linhas de telefone.
Autoridades disseram que centenas de pessoas estão gravemente feridas e centenas de corpos ainda podem estar enterrados sob a lama e escombros.
Cerca de dez países e a União Europeia prometeram enviar ajuda depois que o presidente do país, Joko Widodo, pediu ajuda internacional. No entanto, pouco auxílio de fato chegou à área afetada pelo terremoto. Cada vez mais desesperados, os moradores saqueiam lojas danificadas em busca de alimentos e combustível, implorando por ajuda.
Equipes de resgate concentraram a maior parte de sua atenção na cidade mais afetada, Palu, que tem 380 mil habitantes e é de acesso mais fácil do que outras regiões, o que causou reclamações de moradores em outras áreas.
“Sentimos que somos enteados aqui, porque toda a ajuda está indo para Palu”, queixou-se Mohamad Taufik, na cidade de Donggala. Cinco de seus parentes ainda estão desaparecidos. “Há muitas crianças aqui com fome e doentes, mas não há leite ou remédios”, reclamou.
Rastro de destruição – Ao longo da costa, o tsunami, que chegou a 6 metros de altura em alguns locais, destruiu edifícios, arrancou concreto e empurrou casas e barcos dezenas de metros para o interior das cidades. O número de mortes em todas as áreas afetadas chegou a 1.234, disse o porta-voz da agência nacional de desastres, Sutopo Purwo Nugroho. Ele acrescentou que ainda há pessoas presas em Sigi e Balaroa, o que significa que o número pode aumentar.
Nugroho informou que a ajuda está sendo distribuída, mas que o governo ainda precisa de tempo para “cuidar de todos os problemas”. Segundo ele, 153 corpos foram enterrados na segunda-feira (1º), em uma vala comum, e as operações continuariam ontem. O porta-voz destacou que muitos postos de gasolina estão inoperantes, seja pelos danos causados pelo terremoto ou pelos saques de combustível.
A frustração de esperar dias por ajuda deixou moradores irritados. “Preste atenção em Donggala, Sr. Jokowi. Preste atenção em Donggala”, gritou um residente em uma transmissão da TV local, dirigindo-se ao presidente. “Ainda há muitas aldeias desamparadas aqui”.
Fome – O prefeito de Donggala, Kasman Lassa, praticamente deu permissão aos moradores para levarem comida das lojas. “Todos estão com fome e querem comer, depois de vários dias sem se alimentar”, disse Lassa, na TV local. (AE)
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