Economia

Ibovespa despenca após declarações de Bolsonaro

Ibovespa despenca após declarações de Bolsonaro
Para analistas, movimento refletiu a preocupação dos investidores com os comentários do candidato sobre Previdência e privatizações - Crédito: Ricardo Moraes/Reuters

São Paulo – O Ibovespa fechou em forte queda ontem, com o declínio em Wall Street adicionando pressão aos negócios, que já refletiam a reação do mercado a declarações do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, sobre temas econômicos. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,8%, a 83.679,11 pontos, na mínima da sessão. O giro financeiro somou R$ 14,6 bilhões.

Na terça-feira (9), Bolsonaro afirmou ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica, assim como gostaria de manter o “miolo” da Petrobras, ao mesmo tempo em que disse acreditar que a proposta da Previdência “dificilmente vai ser aprovada” como está.

Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o mercado passou por forte realização de lucros. “Investidores ficaram preocupados com os comentários sobre reforma da Previdência e privatizações”, observou.

Notícias envolvendo o principal conselheiro econômico de Bolsonaro, o economista liberal Paulo Guedes, em investigações do Ministério Público Federal sobre fraudes com fundos de pensão de estatais também pesaram, disse o analista, lembrando que Guedes é o principal lastro para temas econômicos de Bolsonaro.

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Em Nova York, a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e preocupações sobre o comércio global, particularmente a disputa Estados Unidos-China, geraram aversão ao risco. O S&P 500 caiu 3,29%, com forte recuo de ações de tecnologia. O Dow Jones perdeu 3,15%.

Câmbio – Já o dólar terminou ontem em alta ante o real, em um movimento de correção, após as quedas recentes, alimentado pela inquietação com as declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a Previdência.

O dólar avançou 1,42%, a R$ 3,7635 na venda, depois de marcar a máxima de R$ 3,7664. Em outubro até a última terça-feira (9), a moeda havia recuado 8,09%. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,15%.

Também pesaram nos negócios as notícias sobre Paulo Guedes. “Tudo ainda é muito incipiente. Se o mercado estivesse mais estressado, o dólar estaria muito mais pressionado”, ponderou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, para quem “o viés segue sendo de baixa para o dólar, porque o mercado ainda crê na vitória de Bolsonaro no segundo turno”.

No exterior, o dólar também subia ante as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano. Ante a cesta de moedas, o dólar caía.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente na sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, rolando US$ 3,080 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. (Reuters)

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