A imagem urbana do agronegócio

O conceito de agronegócio formulado na década de 1950, nos Estados Unidos abrange todas as atividades agrocomerciais, logísticas, inovações, mercados, processos produtivos, Ciência & Tecnologia, gestão para resultados, políticas públicas, entre outras condicionantes indissociáveis que ocorrem antes da porteira da fazenda, dentro dela, e depois rumo aos mercados por vias internas e externas. Em 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio foi de R$ 2,45 trilhões, com um superávit recorde nas exportações de US$ 141,67 bilhões (Mapa).
O agronegócio, por definição e sem detalhamentos, configura e abrange os agricultores familiares, médios produtores e grandes empresários, com suas singularidades econômicas, tecnológicas, sociais e ambientais, sendo, portanto, fundamental num país definitivamente urbanizado.
E mais, incluindo-se a sustentabilidade dos recursos naturais que deve agregar um conjunto de boas práticas globalizantes, campo e cidades, e não somente governos e mídias internacionais pressionando o Brasil; pode-se aceitar que não prevalece risco zero em nenhuma atividade humana nos processos de mudanças!
Entretanto, merece registro e destaque queos agricultores familiares respondem por 3,89 milhões de estabelecimentos agropecuários no Brasil e, segundo Censo Agropecuário de 2017/IBGE, 77,6% não receberam nenhum tipo de orientação técnica indispensável à produção de alimentos de origem animal e vegetal.
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Noutra convergência, necessitam acessar aos mercados, às tecnologias, por seus métodos e meios de difusão, logísticas, boas práticas sustentáveis e fortalecerem as formas cooperativistas e associativistas ou comprar bem os insumos, produzir com eficiência e vender com lucro; essa é a lógica, e sem subestimar a segurança alimentar doméstica no campo, onde ainda persistem “bolsões de pobreza.”
Além disso, numa série histórica, não faltam alimentos para abastecer o mercado interno, contudo, os analistas recomendam justa distribuição da renda per capita ou dinheiro no bolso do consumidor, via crescimento das atividades econômicas e ampliar a oferta de empregos no comércio, indústria e serviços, como também ações conectadas com as políticas públicas, entre elas, o “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).”
Nos cenários rurais, Minas Gerais e Brasil, os produtores e empresários têm adotado um elenco substantivo de inovações tecnológicas geradas pela pesquisa agropecuária. Senão vejamos alguns poucos exemplos práticos; sistema de plantio direto na palha, com seus benefícios agro econômicos e ambientais, passou de 17,9 milhões de hectares em 2006, para 32,9 milhões em 2017, crescendo 84%, e estimativa de agregar 10 milhões de hectares até 2030. (IBGE/Mapa)
O “Plano ABC-Agricultura de Baixa Emissão de Carbono,” alinhado aos esforços internacionais de mitigação das mudanças climáticas, está estruturado e fundamentado em seis processos tecnológicos; Recuperação de Pastagens Degradadas; Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF);Sistema de Plantio Direto(SPD); Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN); Florestas Plantadas; e Tratamento de Dejetos Animais (Mapa).
Depreende-se, sem muito esforço dedutivo, as complexidades, exigências e dimensão geográfica do agronegócio brasileiro! As áreas protegidas pela legislação ambiental somam 563,5 milhões de hectares(66,2%).No Brasil, a área estimada com a adoção das tecnologias da ILPF alcança 17 milhões de hectares (IBGE). Além disso, nos cenários da agricultura irrigada, e dependendo da lavoura a ser conduzida, poderá haver até três colheitas por ano, numa mesma área, o que reduz a pressão sobre os recursos naturais e a biodiversidade!
A agricultura irrigada abrange 8,2 milhões de hectares, com diversos sistemas de irrigação, e presume-se alcançar mais 4,2 milhões de hectares até 2040 (ANA). A safra brasileira de grãos, 22/23, estimada em 320 milhões de toneladas seria suficiente para alimentar 640 milhões de pessoas no mundo(FAO/Conab).
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