Abanorte retoma selagem de frutas produzidas na Região do Jaíba

A região Norte de Minas retomou a selagem das frutas com a Indicação Geográfica (IG) Região do Jaíba. Após cerca de seis anos sem o uso do selo, considerado uma importante ferramenta para garantia de qualidade e procedência, e de uma reorganização local, as frutas já estão chegando ao mercado identificadas corretamente. A princípio, a selagem vem ocorrendo no limão tahiti, voltado principalmente à exportação. A tendência é expandir para as demais frutas incluídas na IG, como a banana, a manga palmer e o mamão formosa.
Conforme a presidente da Associação Central de Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Nilde Antunes, o uso do selo diferencia a produção da região do Jaíba das demais, o que é muito importante nos mercados, principalmente os importadores, uma vez que a região é área livre de algumas pragas quarentenárias.
A retomada do uso do selo vem após o trabalho de fortalecimento da marca e também da conquista da Identificação Geográfica em 2022. De acordo com a presidente, a selagem das frutas com a marca coletiva Região do Jaíba se deu entre 2014 e 2018, com as seguintes frutas: mamão formosa, lima ácida tahiti, bananas prata e nanica e a manga palmer.
“Dadas as variações climáticas, tivemos perda de qualidade aliada ao baixo reconhecimento desse atributo por parte da rede de distribuição e dos consumidores. Assim, os fruticultores desanimaram e, aos poucos, foram deixando de selar. Em 27 de setembro de 2022, a IG foi aprovada pelo INPI e a Abanorte retomou com o trabalho de revisão de instrumentos regulatórios a fim de tornar o selo mais acessível”, comemora.
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Selagem garante acesso a novos mercados
Ainda segundo Nilde Antunes, ao longo dos últimos anos, foi feito também um trabalho de sensibilização para o reconhecimento da Indicação Geográfica como um grande ativo para a região. Entre as ações, por exemplo, foi trabalhado o acesso a mercados mais exigentes.
“Estamos em uma região livre de algumas pragas quarentenárias. Condições como a emergência fitossanitária de outros polos de produção e exportações embargadas pela incidência de pragas quarentenárias inexistentes na Europa, permitiram que a lima ácida tahiti, produzida na área delimitada pela IG, ocupasse essa demanda. Como área livre do cancro cítrico, a lima ácida tahiti com o selo da Região do Jaíba passou a abastecer o mercado externo”, confirma.
Com a selagem, a Abanorte, em parceria com a Associação de Produtores de Limão e Outras Frutas da Região do Jaíba (Aslim) e a Associação União dos Fruticultores do Jaíba e Região (Afrutja), viabilizou a exportação do limão tahiti selado por parte de produtores de pequenas e médias propriedades, garantindo assim, acesso a mercado e preços diferenciados.
O presidente da Aslim, Claudio Dykstra, destaca que ainda há um longo trabalho a ser desenvolvido para o fortalecimento da marca e mais retorno aos produtores: “Temos que trabalhar muito ainda para que a marca se torne um poder de barganha no preço ou na escolha do cliente. É essencial que o consumidor final tenha acesso à IG Região do Jaíba e perceba a qualidade de nossas frutas.”
Anualmente, a Asalim exporta cerca de 122 contêineres de limões para a Europa e Oriente Médio, o que soma aproximadamente 3 mil toneladas. Destes, cerca de 35 containers são de fruticultores de pequenas propriedades. Toda a produção é certificada nos padrões internacionais de qualidade, sustentabilidade social e ambiental.
A Região do Jaíba
Com condições ideais no “coração” do rio São Francisco, a Região do Jaíba, localizada no Norte de Minas Gerais, abrange 13 municípios e uma área de 17.594 quilômetros quadrados. Combinando solo fértil, clima favorável e irrigação controlada, a região destaca-se pela produção de frutas tropicais como banana prata, lima tahiti, manga palmer e mamão formosa, que atendem às demandas mais exigentes do mercado.
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