Abate de suínos cresce em Minas enquanto o de bovinos cai mais de 5%
Os preços valorizados dos suínos e as exportações maiores ao longo do segundo trimestre de 2025 estimularam os abates em Minas Gerais. O Estado, que é o quarto maior produtor, abateu 1,8 milhão de cabeças de suínos, um aumento de 5,6%. Outro destaque foi a produção de leite, com a industrialização de 1,39 bilhão de litros, volume 4,7% superior. Já o abate de bovinos caiu 5,3%, resultado atribuído ao ciclo da pecuária de corte. Entre abril e junho, Minas Gerais registrou uma das maiores porcentagens de abates de fêmeas, que chegam a representar 46% dos bovinos abatidos. Os abates de frango, mesmo com os embargos para exportação, se mantiveram praticamente estáveis, recuando apenas 0,8% no segundo trimestre.
Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no período, os preços pagos aos produtores estimularam o abate de suínos no Estado. Ao todo, foram abatidas 1,8 milhão de cabeças de suínos, representando um aumento de 5,6% em relação ao mesmo período de 2024.
Houve também ganho no peso das carcaças – 164,9 mil toneladas – volume que ficou 5,3% maior. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços pagos ao produtor pelo suíno vivo subiram na comparação anual. Mesmo com a elevação, os preços ainda garantiram competitividade diante da carne bovina, com isso, Minas abateu 95,87 mil cabeças a mais.
Outro fator que estimulou os abates foram as exportações de carne suína. No Estado, conforme os dados do IBGE, foram exportadas, no segundo trimestre, 7,8 mil toneladas de carne suína, um avanço de 49,8% frente a igual período de 2024, quando os embarques somaram 5,25 mil toneladas.

“O abate de suínos em Minas Gerais vêm mantendo um crescimento constante e superior ao Brasil. Minas é o quarto estado em rebanho e em produção de carne e possui polos importantes na Zona da Mata, na região de Pará de Minas e no Triângulo”, explicou o chefe da Seção de Pesquisas Agropecuárias do IBGE em Minas Gerais, Humberto Silva Augusto.
Resultado positivo também na produção de leite. Os dados do IBGE mostram que as indústrias processaram 1,39 bilhão de litros, volume 4,7% superior. “A produção de leite tem aumentado constantemente, resultado da tendência de maior especialização do setor, principalmente, entre os médios e grandes produtores. Para maior eficiência, eles investem em nutrição e genética, promovendo, assim, aumentos na no volume”.
Bovinos
Ao contrário dos suínos, os abates de bovinos em Minas Gerais caíram. Entre abril e junho, foram abatidas 950,3 mil cabeças de bovinos, uma queda de 5,3% frente ao mesmo período de 2024, quando foram abatidas 1 milhão de cabeças. No intervalo, o peso das carcaças recuou 7,6%, somando 232,3 mil toneladas. Com o resultado, Minas Gerais ficou na quinta posição entre os maiores produtores do País. Conforme o Cepea, em 2025, a carne bovina se manteve valorizada, o que reduz a competitividade frente às demais proteínas.
Quanto às exportações, foram embarcadas 60,9 mil toneladas de carne bovina, alta de 2,7%. “A queda no abate dos bovinos é resultado do ciclo da pecuária. Vale destacar que no período, Minas Gerais registrou aumento do abate de vaca, com a porcentagem chegando a 46% dos bovinos abatidos, isso, normalmente, reflete na produção futura de bezerros, que pode cair. No mercado, já há uma valorização dos bezerros”.
Abates de frango ficam estáveis em Minas Gerais
Mesmo enfrentando barreiras para exportar em função da identificação de gripe aviária no Rio Grande do Sul, os abates de frango, em Minas Gerais, ficaram praticamente estáveis.
No segundo trimestre de 2025, foram abatidas 119,3 milhões de cabeças, uma retração de apenas 0,8% frente ao abate de 120,2 milhões de cabeças registrado em igual trimestre de 2024. O peso das carcaças retraiu 0,4% e somou 261,7 mil toneladas. Ao longo do segundo trimestre, as exportações de carne de frango somaram 45,8 mil toneladas, queda de 15,9%.
“O resultado da produção da carne de frango ficou praticamente estável. O caso registrado de gripe aviária ficou restrito ao Rio Grande do Sul e as providências foram rápidas, isso foi importante para que o mercado não sofresse impactos muito relevantes”, explicou Augusto.
Ouça a rádio de Minas