Abate de bovinos aumenta 5,4% em Minas Gerais

Após cerca de dois anos apresentando queda, os abates de bovinos, em Minas Gerais, voltaram a crescer no primeiro trimestre de 2022. Conforme a Pesquisa Trimestral de Abate Animal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Estado foi verificado aumento de 5,4% no abate dos bovinos. Alta também em suínos, de 7,8%. Já em relação aos frangos, o resultado foi negativo, com retração de 1,5% no trimestre. Com os custos em alta e preços insuficientes para garantir retorno, a produção de leite caiu 9,6% frente ao primeiro trimestre de 2021.
Os dados do IBGE mostram que, em Minas Gerais, de janeiro a março, foram abatidas 643,5 mil cabeças de bovinos, resultado 5,4% superior ao mesmo período do ano passado. O peso das carcaças também ficou maior, 4,9%, atingindo 164,5 mil toneladas. O aumento de 33 mil cabeças abatidas de bovinos vem após dois anos de queda, ocorrida devido ao menor rebanho disponível e a maior retenção das fêmeas para recomposição.
No Estado, um dos fatores que contribuiu para o incremento foi o resultado positivo das exportações. Nos primeiros três meses de 2022, Minas Gerais embarcou 42,8 mil toneladas de carne bovina, superando em 29,8% o volume registrado em igual período do ano anterior.
O analista de Agronegócios do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg), Alexandre Gonzaga, explicou que outro fator que pode ter contribuído para o aumento do abate é o maior descarte de fêmeas, vindas também da produção de leite.
“Tem muitos produtores abandonando a atividade do leite e abatendo as fêmeas. No período que se inicia a seca e cai a oferta de pastagem, é típico o maior descarte de fêmeas, visando a reduzir os custos com a alimentação, que subiu muito”.
No Estado, também houve aumento do rebanho bovino. “Pelos dados do IMA, o rebanho mineiro cresceu em 2 milhões de cabeças nos últimos dois anos, chegando a 25,5 milhões de cabeças registradas”, explicou Gonzaga.
Resultado positivo também foi visto no abate de suínos. Foram 120,18 mil cabeças a mais, somando 1,66 milhão de suínos. O incremento no abate ficou em 7,8% se comparado com as 1,54 milhão de cabeças abatidas no primeiro trimestre do ano anterior. O peso das carcaças, 144,7 mil toneladas, cresceu 6,4%.
Além do consumo interno, no período Minas Gerais exportou 3,34 mil toneladas de carne suína, aumento de 24,5% frente ao primeiro trimestre de 2021. O principal destino da carne suína mineira é a China.
Baixas
Ao contrário dos suínos e bovinos, durante o primeiro trimestre, Minas Gerais abateu menos frangos. No Estado, foi vista queda de 1,5% no abate das aves, que somaram 114,07 milhões de cabeças, ante as 115,8 milhões registradas anteriormente. O peso das carcaças apresentou pequena queda de 0,3%, somando 284,47 mil toneladas. “O custo mais alto com a alimentação pode influenciar no abate”, disse Gonzaga.
Em relação às exportações, que contribuem para equilibrar a oferta no mercado interno, Minas Gerais embarcou 41 mil toneladas de carne de frango entre janeiro e março, volume que cresceu 22%.
Houve queda também na produção de leite. Foram 158,73 milhões de litros a menos no primeiro trimestre, gerando uma aquisição de 1,5 bilhão de litros. Frente aos 1,66 bilhão registrados no mesmo período de 2021, a queda chegou a 9,6%.
De acordo com o IBGE, o segmento leiteiro de Minas Gerais foi impactado pelos altos custos de produção, tanto na alimentação dos animais quanto da energia elétrica e combustíveis, combinados com a dificuldade no repasse destes devido à demanda enfraquecida. Mesmo com a retração, Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,5% da captação nacional, seguido por Paraná (13,8%) e Rio Grande do Sul (12,5%).
A produção de ovos, no Estado, somou 88,2 milhões de dúzias, variação negativa de 1,7%. No período, o efetivo de galinhas caiu 0,9%, somando 15,8 milhões de cabeças.
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