Abate de frangos e suínos aumenta em Minas com demanda em alta do mercado

O maior consumo de proteína animal estimulou o abate de suínos e de frangos e também contribuiu para uma maior produção de ovos em Minas Gerais. Ao longo do terceiro trimestre de 2020, frente a igual período do ano anterior, com um mercado interno estimulado pelo pagamento do auxílio emergencial e as exportações em alta, o abate de frangos ficou 3% maior, o de suínos 4,2% superior e a produção de ovos cresceu 1,4%. Já o abate de bovinos caiu 12,6%, queda que está atrelada a menor oferta de animais para abate. A produção de leite ficou 4,3% superior, com um volume de 1,6 bilhão de litros.
Os dados são da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre julho e setembro, foram abatidas, no Estado, 1,5 milhão de suínos, alta de 4,2% frente as 1,44 milhão de cabeças registradas em igual período do ano passado, o que equivale a 61,07 mil cabeças a mais. No período, o peso das carcaças aumentou 5,3%, atingindo 133,89 mil toneladas.
No terceiro trimestre de 2020, as exportações brasileiras de carne de suína aumentaram em 52,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2019 e tiveram a China como principal destino (55,5% de participação). No mesmo período, Minas Gerais embarcou 4,3 mil toneladas de carne suína, aumento de 60,3% frente as 2,69 mil toneladas exportadas no terceiro trimestre de 2019.
Segundo o IBGE, a ocorrência da Peste Suína Africana (PSA) na China, a partir do segundo semestre de 2018, dizimou grande parte do rebanho e vem gerando a necessidade de aquisição de maiores volumes de carne suína brasileira desde aquela data.
“Boa parte da alta no abate de suínos se deve às exportações que cresceram no trimestre”, disse o supervisor da pesquisa do IBGE, Bernardo Viscardi.
Alta também foi verificada no abate de frangos. Em Minas Gerais, foram 106,4 milhões de cabeças abatidas no terceiro trimestre, 3,05 milhões de cabeças a mais ou volume 3% superior. O peso das carcaças totalizou 269,7 mil toneladas, variação positiva de 5,4%.
As exportações mineiras de carne de frango, ao longo do terceiro trimestre, aumentaram 38,2%, frente a igual período do ano anterior, e atingiram um volume de 32,2 mil toneladas, ante 23,3 mil toneladas embarcadas entre julho e setembro de 2019.
Além do resultado positivo nas exportações, para Viscardi, o maior abate de frangos também se deve à demanda do mercado interno. “O abate de frangos tem sido impulsionado pela alta dos preços das carnes, sendo assim, o consumidor tende a procurar mais pela carne de frango, que tem preços mais acessíveis que as demais”, explicou.
Carne de boi – Ao contrário dos abates de suínos e de frangos, o de bovinos recuou. De acordo com os dados do IBGE, foram abatidas 663,47 mil cabeças no terceiro trimestre, queda de 12,6% frente a igual período do ano anterior. O peso das carcaças caiu 9,8%, somando 173,3 mil toneladas. Segundo o IBGE, a restrição da oferta de animais para abate, principalmente de fêmeas, segue desde o início de 2020. Em relação aos embarques, Minas Gerais exportou 81% a mais no período, somando 49,5 mil toneladas.
Leite e ovos também têm expansão
Apesar dos desafios impostos pela pandemia, Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,1% da captação nacional no terceiro trimestre de 2020, seguido por Paraná (14,7%) e Rio Grande do Sul (13,8%).
No período de julho a setembro, a aquisição subiu 4,3% e totalizou 1,62 bilhão de litros. A industrialização ficou 4,5% maior, com o processamento de 1,61 bilhão de litros, segundo a pesquisa Trimestral do Abate de Animais, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no terceiro trimestre de 2020 foi de R$ 1,94, valor 41,6% acima ao praticado no trimestre equivalente do ano anterior.
Resultado positivo também foi visto na produção de ovos, que cresceu 1,4%, com um volume de 91 milhões de dúzias. No terceiro trimestre, o efetivo de galinhas poedeiras aumentou 0,4%, totalizando 15,6 milhões de cabeças.
O supervisor da pesquisa do IBGE, Bernardo Viscardi, explicou que o aumento do preço das carnes estimula o consumo de ovos. “Boa parte do aumento da produção se deve ao consumo interno, impulsionado pela inflação das carnes. Sendo assim, o consumidor tende a procurar uma proteína de valor mais acessível, como os ovos”, disse.
Estado vacina 97,5% do rebanho bovino
Minas Gerais vacinou 97,5% dos animais contra a febre aftosa, superando novamente a meta de cobertura acima de 90% em todo o rebanho. A segunda etapa da campanha envolveu cerca de 300 mil pecuaristas que imunizaram 9,8 milhões de bovinos e bubalinos com idade entre zero e 24 meses. A vacinação foi realizada no mês passado em todo o Estado e o produtor rural pôde comprová-la até 10/12. Preservar a sanidade do rebanho e manter o compromisso com o agronegócio mineiro estão entre os objetivos da ação.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é o responsável pelo gerenciamento e pela fiscalização da campanha junto aos produtores rurais.
Médico veterinário do IMA e coordenador estadual do Programa de Vigilância da Febre Aftosa, Natanael Lamas Dias, reforça que o alto índice alcançado mostra o cuidado do produtor mineiro com seu rebanho. “A imunização mantém a sanidade dos animais e o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação, obtido pelo estado junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O status sanitário favorece o agronegócio e o acesso a mercados internacionais”, lembra.
O pecuarista declarou a vacinação dos animais usando o formato eletrônico disponibilizado em ima.mg.gov.br e no Portal de Serviços do Produtor. Uma outra opção foi o envio da declaração para o e-mail do escritório do IMA correspondente. Nos municípios em que as unidades estiveram abertas as declarações puderam ser realizadas de forma presencial.
Em 2021 – Minas Gerais continuará tendo vacinação contra a febre aftosa em 2021. Em razão da pandemia, a retirada da imunização prevista para o próximo ano foi revista pela equipe gestora do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA). Os estados que compõem o bloco IV do PNEFA e que buscam o novo status sanitário são, além de Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
“O principal objetivo do plano estratégico é criar e manter condições sustentáveis para garantir que o país permaneça livre da febre aftosa. Com o almejado status sanitário, ampliam-se as zonas livres de febre aftosa sem vacinação e o acesso a novos mercados. Minas Gerais precisa demonstrar cada vez mais eficácia em seu processo de vigilância da doença e no atendimento aos requisitos sanitários acordados com seus parceiros comerciais”, explica o coordenador da iniciativa. (Agência Minas)
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