Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador vai assumir o Parque da Gameleira

A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) foi a  vencedora do processo de seleção pública, lançada pelo governo de Minas Gerais, para gestão e operação do Parque de Exposições Bolivar de Andrade, conhecido como Parque da Gameleira, em Belo Horizonte. A instituição se prepara – adequando o estatuto – para assumir a unidade em parceria com o  Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A ideia é ampliar o número de eventos e promover melhorias permanentes no parque, garantindo uma melhor infraestrutura para os criadores e também para a realização de eventos.

O processo de chamamento público realizado pelo governo, lançado em setembro do ano passado, foi voltado para as entidades do terceiro setor que têm autorização para o registro genealógico de raças de interesse zootécnico e econômico. Conforme a presidente da ABCCMM, Cristiana Gutierrez, são mais de 50 entidades em todo o Brasil, mas, somente a ABCCMM se candidatou.

“Vamos assumir a gestão do Parque da Gameleira em parceria com o IMA e as  secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e de Planejamento e Gestão (Seplag). No início de abril, haverá uma assembleia da ABCCMM para que possamos fazer pequenas adequações no estatuto que irão nos qualificar como uma Organização Social junto ao estado de Minas Gerais. Assim que ajustado, assinaremos o contrato. A duração inicial é de 2 anos, podendo ser prorrogado por 18 anos”, contou.

Com uma administração focada na geração de negócios, a expectativa é modernizar o Parque da Gameleira, fomentando, assim, a realização de eventos e o turismo, ações importantes para a maior geração de renda para a cidade e para o Estado.

Contrato

Conforme os dados do edital e do IMA, o contrato terá vigência de dois anos, com valor próximo de R$ 6,1 milhões no período. No primeiro ano, o Governo de Minas fará o repasse de 50% do valor pela exploração do espaço e a outra metade virá da captação feita pela entidade com a realização de eventos. No segundo ano, o governo fará o repasse de 40% do valor, com a captação do restante sob a responsabilidade da entidade.

A expectativa é a de ocorra um crescimento de 10% da arrecadação por ano, estando completamente autossuficiente em 5 anos. O contrato pode ser aditado até o máximo de 20 anos, nos termos da legislação em vigor.

A perspectiva de Cristiana Gutierrez é investir no parque para que ele tenha espaços voltados para atividades regulares. “Queremos que o Parque Bolivar de Andrade seja um centro de referência. A ideia é ter atividades permanentes, como cursos de formação de mão de obra, cursos de especializações, capacitação técnica para criadores, o que, hoje, acontece externamente. Vislumbramos a possibilidade de ter tudo isso reunido no local”, disse.   

Há também a intenção de fazer adequações permanentes para receber os eventos. “Nós queremos fazer adequações permanentes no parque. Hoje, para a realização dos eventos, a gente investe no Parque da Gameleira um valor significativo de recursos para adequar. E, com esse contrato de gestão, vem então a possibilidade de adequações permanentes, mais bem planejadas e que serão importantes para que a gente possa, realmente, ter mais conforto”, destacou.

Parque da Gameleira é uma vitrine do agronegócio de Minas Gerais

A motivação para assumir a gestão da unidade, segundo, Cristiana Gutierrez se deve a história do Parque da Gameleira está muito ligada à raça Mangalarga Marchador, por isso, o interesse da associação em participar da gestão da unidade e buscar por melhorias.

“A história do parque se confunde com a da própria raça, até pelo seu nome, Parque de Exposições Bolivar de Andrade, que foi um ex-presidente da ABCCMM, bem como, o seu filho Márcio de Andrade. Foram pessoas importantíssimas, não só por Mangalarga Marchador, mas dentro do cenário da equideocultura nacional”, explicou.

Além disso, a presidente da ABCCMM destacou que enquanto associação, desde a primeira Nacional do Mangalarga Marchador, todas as edições, desde 1982, foram realizadas dentro do Parque da Gameleira. “Esse ano será a 42ª edição do nosso Nacional, que sempre aconteceu no Parque. Lá também está a nossa sede e de diversas outras entidades de criadores como da suinocultura, muares, caprinos, ovinos, enfim, representa uma vitrine importante do agronegócio mineiro”, observou.

A relevância da unidade é grande na representatividade da produção pecuária de Minas Gerais e do Brasil. Além de abrigar a Nacional do Mangalarga Marchador, o  Parque de Exposições Bolivar de Andrade recebe anualmente as exposições Herdeiros da Raça, Macapê, Exposição Nacional do Cavalo Campolina, a Megaleite e o Campeonato Brasileiro de Provas Esportivas e Sociais.