Projeto ‘Gôndola Certificada’ da Abic busca dar mais visibilidade aos cafés

O consumo de café no Brasil segue em ascensão. Conforme os dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), para este ano a projeção é que o consumo cresça entre 1,1% e 1,3%. Entre os principais fatores que estão impulsionando o consumo estão a melhoria da qualidade e a grande variedade de blends produzidos pela indústria da torrefação.
Com o mercado em constante evolução e buscando discutir os temas mais importantes para a indústria da torrefação, a Abic promoveu, pela primeira vez, em Minas Gerais, o Seminário do Café Abic e Sindicafé – MG. Durante o evento, foi lançado o projeto Gôndola Certificada, que, junto aos atacadistas e supermercados, pretende dar maior visibilidade aos cafés certificados.
O diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio, explica que a indústria da torrefação tem grande importância no Brasil, que além de ser o maior produtor de café do mundo também se destaca sendo o segundo maior consumidor do produto. Ao longo dos últimos cinco anos, tanto o consumidor como o mercado do café mudaram e a qualidade passou a ser uma exigência.
“O café torrado e moído é a alquimia feita pela indústria após a compra da matéria-prima. Os industriais no Brasil são privilegiados porque temos as duas espécies cultivadas no País à disposição. São vários terroirs diferentes e que são capazes de oferecer aos consumidores os melhores blends do mundo. Criamos o seminário para levar informações e discutir temas importantes junto aos industriais que atuam no setor. Nosso objetivo é descobrir os caminhos a percorrer para melhorar ainda mais o café produzido pela indústria e o mercado”.
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Entre os temas abordados ao longo do evento, que aconteceu em Belo Horizonte, foram discutidas as tendências legislativas e regulatórias na indústria do café e o panorama atual da logística reversa. Outro tema discutido foram os Protocolos Brasileiros de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados. Conforme Inácio, a metodologia de classificação foi desenvolvida pela Abic, é única e exclusivamente voltada para a avaliação do café após a torra.
“A metodologia é brasileira, feita pela Abic, e está na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ainda este ano estará à disposição dos brasileiros e do mundo. Temos orgulho de dizer que o Protocolo de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados é nosso e vai ser utilizado no mundo”.
Abic lança projeto Gôndola Certificada em Minas Gerais
Durante o Seminário, a Abic lançou para Minas Gerais o projeto Gôndola Premiada. O objetivo é desenvolver um trabalho em parceria com os supermercados e atacadistas para que os cafés comercializados nas unidades sejam todos certificados pela Abic.
A medida é mais uma etapa para atender às estabelecidas pela Portaria 570, que estabelece o padrão oficial de classificação do café torrado, considerando requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto.
A ideia, junto aos supermercados, é organizar as gôndolas conforme as categorias de cafés e garantir a qualidade e a pureza dos produtos. Através do Programa de Qualidade do Café, da Abic, os cafés são classificados em cinco categorias: Especial, Gourmet, Superior, Tradicional e Extraforte.
“A adesão ao projeto é voluntária. Estamos trabalhando junto à Abras e às associações regionais para estimular a adesão por parte dos supermercados. O projeto é importante porque vai mostrar ao consumidor os cafés certificados, que têm diferenciais de qualidade e de segurança alimentar. Isso é fundamental para estimular o consumo de café, que só aumenta por causa da qualidade”.
Ainda conforme Inácio, o projeto Gôndola Certificada, quando adotado pelos supermercados, além de permitir que o consumidor escolha e leve para casa o café de preferência, ainda evita fraudes, o comércio de cafés impuros e também protege o supermercado, que é corresponsável pela mercadoria”.
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