Acelen inicia programa de produção de macaúba junto a agricultores

A Acelen Renováveis, empresa de energia do Mubadala Capital, iniciou mais uma etapa do projeto para produção de combustíveis renováveis através do uso da macaúba. Neste mês, ocorreu o lançamento do Programa Acelen Valoriza, que contará, nesta primeira etapa, com o ingresso de 10 produtores – entre agricultores familiares, pequenos e médios produtores.
O projeto de combustíveis renováveis da Acelen prevê um investimento total de US$ 3 bilhões na Bahia e em Minas Gerais. Em Montes Claros, no Norte do Estado, está em construção o Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial – o Acelen Agripark, cujo projeto receberá investimentos de R$ 314 milhões.
O programa Acelen Valoriza visa fomentar o cultivo da macaúba em uma área inicial de 36 mil hectares – ou cerca de 20% dos 180 mil hectares totais – com apoio técnico e institucional aos produtores. A iniciativa é baseada em estudos que comprovaram a viabilidade técnica, econômica, financeira e socioambiental conduzidos pela FGV Europe (sediada em Colônia, Alemanha e braço internacional da Fundação Getúlio Vargas no Brasil).
Conforme o diretor de Agronegócios da Acelen Renováveis, Victor Barra, a primeira etapa do Acelen Valoriza começou este mês e conta com 10 produtores das cidades de Montes Claros e Mirabela, ambas no Norte de Minas, e próximas ao Acelen Agripark. A tendência é expandir o número de produtores nos próximos meses.

“Iniciamos o projeto com 10 famílias. A ideia é que, através desse projeto, a gente não tenha somente o cultivo da macaúba junto aos produtores, mas todo o processo de educação e de geração de renda. A macaúba é uma cadeia de longo prazo, que vai gerar valor ao longo dos tempos e para mais de uma geração. O cultivo acontece por pelo menos 30 anos”, confirma.
Ainda segundo Barra, os agricultores selecionados serão capacitados em práticas modernas de manejo da macaúba e contarão com suporte técnico, financeiro e sustentável. As famílias e os pequenos e médios produtores terão oportunidades de geração de renda e estímulo à permanência no campo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região. A empresa prevê que a plena implementação do Acelen Valoriza aconteça já no primeiro semestre de 2026.
“O nosso projeto é socioeconômico e ele garante ao produtor a condição de ter um cultivo que trará independência. Ele terá a oportunidade de receber uma assistência técnica qualificada e recorrente na propriedade, acesso a mudas de muito boa qualidade e, além disso, tem a garantia de compra de toda sua produção a preço de mercado, com uma definição de fórmula de precificação bastante transparente”, revela.
Barras destaca que a implantação da macaúba nas unidades produtivas ocorre como uma forma adicional de renda para o produtor. Assim, ele também receberá assistência técnica para aprimorar as atividades já desenvolvidas nas fazendas.
“O produtor que participa do programa terá a assistência técnica para a macaúba e também para as outras produções que já estão na unidade. Na região são comuns a pecuária de leite e corte e cultivos agrícolas, como mandioca e banana. Nossa ideia é que o produtor tenha máxima eficiência econômica dentro daquela unidade produtiva”, completa o diretor.
O modelo de parceria da Acelen prevê o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas, sem comprometer a produção agrícola tradicional. A área mínima de cultivo é de 10 hectares por propriedade. O incremento domiciliar per capita anual estimado com a produção da macaúba em 10 hectares plantados gira em torno de 44 salários mínimos por pessoa, o que equivale a R$ 5 mil por mês per capita.
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