Agronegócio

Adubação foliar aperfeiçoa nível da pastagem

Adubação foliar aperfeiçoa nível da pastagem
Tecnologia é simples e de baixo custo de implementação no campo e representa mais economia para o pecuarista - Crédito: Divulgação

Os cuidados com a qualidade da pastagem são importantes para o melhor desempenho da pecuária e para ampliar as respostas dos bovinos em relação à melhoria da produtividade. Uma técnica que vem sendo usada para isso é a adubação foliar. Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) mostra que a adubação tem proporcionado grande melhoria da qualidade da pastagem e também tem ampliado a oferta de forragem durante o período de seca, o que significa maior economia para o pecuarista.

A adubação foliar tem o objetivo de compensar a deficiência de micronutrientes como Zinco (Zn), Manganês (Mn), Boro (B) e Molibidênio (Mo), elementos essenciais ao desenvolvimento da planta.

De acordo com o professor da UFU, Leandro Martins Barbero, a pesquisa é desenvolvida há seis anos. A técnica consiste na aplicação de adubos foliares na pastagem no período de transição da época de chuvas para a seca. Também está sendo avaliada a eficácia da técnica na época das chuvas.

“Os resultados têm mostrado um aumento na produção do pasto, consequentemente, tem elevado a quantidade de animais pastejando e, no final, com o uso da técnica, a rentabilidade do produtor também tem sido aumentada”, disse Barbero.

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Baixo custo – Ainda conforme o professor da UFU, vários pecuaristas já estão utilizando os produtos e a técnica desenvolvida, e os resultados têm sido positivos. A tecnologia é simples e de baixo custo para ser implantada no campo e os efeitos são considerados bem interessantes para os pecuaristas.

A adubação foliar deve ser feita no final do período de chuvas, o que garante condições melhores para o pasto se desenvolver e produzir forragem no período de seca. Em Minas Gerais, a aplicação deve ocorrer entre março e abril.

“Com essa técnica, o produtor terá maior volume de forragem na seca. Hoje, o principal problema da pecuária de leite e de corte no País é a baixa oferta e qualidade reduzida da forragem no período da seca”.

O uso da adubação foliar pode ampliar a produtividade dos pastos na seca em até 50% no volume de massa, quando feito da forma correta e associado com a adubação de base, que já é tradicionalmente utilizada pelos pecuaristas.

Segundo Barbero, é importante ressaltar que a adubação foliar não substitui a de base, ela deve ser usada como um complemento.

“A adubação foliar tem o papel de potencializar a adubação de base e a fertilidade do solo. Basicamente, os adubos foliares são a base de micronutrientes que são exigidos em menores quantidades pelas plantas. Mais recentemente, tenho trabalhado com uma linha de produtos (adubo foliar Oro-Grass) que contém os micronutrientes, alguns compostos orgânicos e são à base de óleo de casca de laranja, que é um subproduto da produção de citros e que tem, como vantagem, promover a absorção rápida dos nutrientes pela planta, evitando a perda, em casos de chuvas, por exemplo”.

No período de seca, ao associar a adubação de base com a foliar, o produtor poderá ter um aumento da rentabilidade em torno de 25% a 30%. O retorno financeiro ocorre com o aumento da produtividade dos pastos e maior volume de forragem no período de seca, o que reduz os gastos com a aquisição de alimentos para o rebanho. A melhor qualidade do pasto também permite a maior rotação de animais, ampliando a produtividade do rebanho por área.

Outra vantagem, além da melhoria do pasto na seca, é a rebrota mais rápida do pasto em meados de setembro e outubro, com a retomada das chuvas.

“É uma grande vantagem, porque as fazendas também têm grandes problemas nesse período de transição da seca para as águas, quando os pastos estão baixos e demoram a rebrotar. A tecnologia ajuda a acelerar o processo já no início das chuvas. A aplicação feita em março ainda tem efeito na pastagem, porque a planta teve melhor condição para enfrentar a seca”, disse Barbero.

A aplicação também pode ser feita no período de chuvas, em torno de novembro, o que acelera ainda mais a produção do pasto.

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