Agronegócio

Agenda Positiva para Segurança no Campo é lançada em Belo Horizonte

Instituições estão trabalhando para reforçar as ações no campo e evitar o aumento da criminalidade
Atualizado em 13 de março de 2025 • 20:20
Agenda Positiva para Segurança no Campo é lançada em Belo Horizonte
Crédito: Diário do Comércio / Michelle Valverde

O aumento da produção agropecuária, a valorização de preços dos produtos agrícolas e pecuários e o aparato tecnológico de alto valor empregado no campo exigem que a segurança rural seja cada vez mais eficaz. Desta forma, em Minas Gerais, o Sistema Faemg Senar, a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e as forças de segurança de Minas Gerais estão trabalhando em conjunto para reforçar as ações no campo e evitar o aumento da criminalidade. Para isso, foi lançada, nesta quinta-feira (13), em Belo Horizonte, a Agenda Positiva para Segurança no Campo.

Entre as ações propostas na agenda estão a ampliação do número de delegacias rurais, maior emprego de tecnologias – incluindo monitoramento georreferenciado –  uso da inteligência, policiamento especializado e também o estreitamento do relacionamento entre o homem do campo, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG) e a Polícia Civil. 

Parceria

Conforme o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, a instituição já trabalha em conjunto com as polícias e pretende passar ainda mais informações relevantes quanto à caracterização das produções e dos insumos de alto valor utilizados no campo. Ele ainda ressaltou a necessidade de um planejamento baseado nos diagnósticos já realizados e a possibilidade do setor privado custear parte do investimento necessário para implementar as ações. 

“Passar informações sobre as produções é importante para orientar o efetivo das polícias, assim, eles podem conhecer melhor os produtos e agir. Nosso compromisso foi e será, cada vez mais, achar soluções para os problemas. Nós precisamos achar saídas, de diagnósticos já estamos lotados. A solução parte da nossa iniciativa privada para ajudar as forças de segurança. Precisamos que todos  do setor participem e que seja feito um planejamento. Nós podemos entrar com parte do “dimdim” e as polícias com o planejamento. Estamos prontos para chamar nossa equipe de campo para participar”.

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Segurança é fundamental para continuidade da produção e geração de riquezas

O secretário-adjunto de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez, ressaltou que o reforço das ações de segurança no campo são importantes, uma vez que o agronegócio mineiro evoluiu muito na última década. A evolução ocorreu tanto em volume de produção, como nos preços e também nos investimentos em maquinários, tecnologias e insumos.  

“Nos últimos 10 anos, em Minas Gerais, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) cresceu, em média, 4,5% ao ano. As unidades produtoras, hoje, são unidades fabris, porque passaram a ser unidades que investem em tecnologia, inovação e, isso tudo, com muito custo, com muito investimento. Então, essas unidades têm necessidade de segurança para que continuem produzindo e gerando riquezas para toda a população”, explicou.

PMMG usará mais tecnologia e inteligência no campo

Durante o evento, a PMMG anunciou iniciativas para intensificar a segurança no meio rural. Entre as medidas do Plano Operacional Presença que Protege está a ampliação da presença policial no campo, com ações adaptadas às características produtivas de cada região. Haverá também o uso de tecnologias, incluindo o uso de drones para monitoramento e possível utilização de reconhecimento facial.

Ainda está previsto reforço no treinamento de militares para uso do do aplicativo Módulo Policiamento Rural (QApp), que permite o levantamento de estradas via GPS, georreferenciamento de comunidades e cadastro de propriedades.

O chefe do Estado-Maior da PMMG, coronel Maurício José de Oliveira, destacou que uma das principais ferramentas de atuação no campo é a Patrulha Rural, que opera desde 2001 e está presente em 283 municípios. A Patrulha continuará com ações de policiamento ostensivo, prevenção criminal e policiamento. Haverá ainda, nos próximos dias, o lançamento de uma grande operação integrada – durante o Alagro Summit 2025 –  para intensificar ainda mais o combate à criminalidade no campo. 

“A Patrulha Rural foi implementada em 2001 e, desde então, tem resultados exitosos. Em 2024, frente a 2023, tivemos redução na ocorrência de furtos, com queda de 14,7%, e de roubos, com redução de 3,5%, na área rural. Nossa perspectiva agora é potencializar ainda mais estas ações”

Ainda segundo Oliveira, em 2025, serão duas linhas de ações básicas: operações e interação comunitária. “As operações serão qualificadas, robustas e com visão no calendário agrícola de Minas Gerais, do plantio à colheita. Serão operações de prevenção criminal e com uso da tecnologias. Conjuntamente, haverá a interação comunitária com o produtor rural participando junto com a PMMG no planejamento das ações”.

Polícia Civil amplia delegacias especializadas e reforça proximidade com produtores

Para fortalecer a segurança rural, a Polícia Civil trabalha com o projeto Campo Seguro, que tem o foco na repressão qualificada a crimes patrimoniais relacionados à atividade rural, promovendo a troca de informações entre delegacias.

Há também as Delegacias Especializadas de Repressão a Crimes Rurais.  Atualmente, a PCMG conta com 11 unidades especializadas distribuídas nas principais regiões produtoras do Estado. As unidades são responsáveis pela investigação de crimes como furto de gado, insumos, defensivos e maquinários agrícolas. Há previsão de ampliar as delegacias incluindo unidades em Varginha, Pouso Alegre, Campo Belo e a instalação de um núcleo em Três Pontas. 

A Polícia Civil também tem trabalhado com maior proximidade aos produtores para ampliar ações de prevenção e resolução de crimes. 

“Aquele que se aventurar em delinquir no Estado de Minas Gerais terá uma resposta certa e severa. As forças de segurança estão aí exatamente para proteger os mineiros e, dentro  do projeto Campo Seguro, proteger os produtores rurais”, explicou a delegada-geral e chefe da Polícia Civil,  Letícia Gamboge.

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