Agronegócio

Agricultores afetados pela seca começam a colheita de feijões plantados com sementes doadas

Ação emergencial do governo de Minas beneficiou mais de 12 mil famílias
Agricultores afetados pela seca começam a colheita de feijões plantados com sementes doadas
Sementes foram doadas pelo Estado a mais de 12 mil famílias | Crédito: Sementes foram doadas pelo Estado a mais de 12 mil famílias | Crédito: Divulgação / Emater-MG

Começam a ser colhidos nas próximas semanas os feijões plantados com as sementes doadas pela Emater-MG para agricultores familiares dos municípios atingidos pela forte estiagem ocorrida em 2023. A ação emergencial do governo de Minas beneficiou mais de 12 mil famílias. Ao todo, 254 municípios foram contemplados nas regiões Norte, Noroeste, Central e nos vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce. A estimativa é que, na primeira safra, sejam colhidas cerca de 720 toneladas de feijão. As entregas das sementes ocorreram em janeiro e os pacotes foram doados para as prefeituras.

Segundo o presidente da Emater-MG, Otávio Maia, a empresa optou por sementes de feijão por ser um alimento muito presente na alimentação dos mineiros e ter um ciclo curto da cultura, que do plantio a colheita leva aproximadamente 75 dias. “Cada dez quilos de sementes pode produzir cerca de 600 quilos de feijão, na primeira safra. Este feijão poderá ser replantado e gerar um círculo virtuoso, não só garantindo a segurança alimentar, mas também a geração de renda, com a venda do produto colhido”, diz.

A orientação dos técnicos da Emater-MG para os agricultores foi que o feijão distribuído fosse plantado em fevereiro ou março, aproveitando o período chuvoso. A variedade doada permite três gerações de plantio. “O feijão é um grão cultivado praticamente por todo agricultor familiar mineiro. No estado, podemos cultivar até três safras: a de verão (primeira safra), a segunda, que termina em maio e a safra de inverno”, salienta o coordenador Estadual de Culturas da Emater-MG, Sérgio Regina.

Lavoura

A produtora Alzira Fernandes de Aquino, de Luislândia, no Norte de Minas, recebeu 10 quilos de semente de feijão, que foram plantados em duas lavouras, uma em fevereiro e outra em março. “A primeira lavoura deve estar em ponto de colheita nas próximas semanas, e a segunda está em floração. Mas as duas plantações vão indo bem”, comemora.

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Ela diz que o feijão a ser colhido vai ser usado na alimentação da própria família. “É um produto essencial em casa, todo mundo come, e os preços do mercado andam bem altos”, justifica.

Considerando o feijão a um preço de R$ 8/quilo, pode-se dizer que cada uma das famílias beneficiadas poderá obter R$ 20 mil, comercializando 2,5 mil quilos da produção e utilizando outros 500 quilos para consumo, replantio e distribuição. Como cada saco de 10 quilos de semente pode produzir aproximadamente 600 quilos de feijão na primeira safra, é possível produzir até três mil quilos de feijão, desde que plantados 20 quilos na segunda e na terceira safra.

Os municípios beneficiados foram selecionados conforme demanda local, identificada em levantamento feito pela equipe técnica da Emater-MG. Mais da metade das prefeituras beneficiadas chegou a decretar estado de emergência devido à longa estiagem do ano passado.

De acordo com o gestor do projeto na Emater-MG, Walter Bianor, para definir a quantidade de sementes doada a cada município, a empresa pública fez o cálculo que considerou o número de agricultores familiares nas localidades, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a quantidade de sacos disponíveis para a ação emergencial. Foi feita a compra emergencial de 12.195 sacos de sementes, no valor de R$ 2 milhões, com recursos da Emater-MG, após autorização do governo do Estado. (Emater-MG)

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