Agronegócio

Agro brasileiro se compromete com sustentabilidade

Agro brasileiro se compromete com sustentabilidade
Setor no País tem adotado cada vez mais tecnologias de baixo carbono, como a energia agrovoltaica | Crédito: Divulgação

Brasília – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ontem ao governo federal um documento com o posicionamento do setor agropecuário para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), prevista para novembro, em Glasgow, na Escócia.

“Levaremos nosso compromisso de seguir mitigando, adaptando e contribuindo para agregar cada vez mais sustentabilidade aos nossos produtos”, disse o presidente da CNA, João Martins, destacando o papel da ciência na busca pela neutralidade de emissões de gases de efeito estufa. No posicionamento, a CNA reitera o compromisso do setor com a redução das emissões por meio da adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e boas práticas agrícolas.

A entidade elencou cinco temas que, para o setor, são os mais relevantes nas negociações do novo acordo climático na COP26. São eles: definições objetivas sobre o mercado de carbono; adoção do plano de ação que trata da inserção da agropecuária frente ao Acordo de Paris; financiamento para que se cumpra o Acordo de Paris; adoção de mecanismos focados em adaptação; e produção e preservação pautadas pela ciência e pela legalidade.

O documento foi entregue durante evento virtual com a participação do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do chefe da área de mudança do clima do Itamaraty, André Maciel, que integrarão a comitiva brasileira na COP26.

Acordo de Paris – O Acordo de Paris, que será discutido na conferência em Glasgow, foi firmado durante a COP21, em 2015, na França. No documento, que foi resultado de mais de 20 anos de negociação, as nações definiram objetivos de longo prazo para limitar o aquecimento da temperatura global em níveis abaixo de dois graus Celsius, se possível a 1,5 grau, até o final deste século.

A partir dos compromissos do Acordo de Paris, o Brasil definiu as suas metas, a chamada Contribuição Nacional Determinada (NDC, da sigla em inglês), onde se compromete com a redução de 37% das emissões até 2025 e de 43% até 2030, além da neutralidade nas emissões de gases do efeito estufa até 2060. Em abril deste ano, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a acabar com o desmatamento ilegal até 2030 e alcançar a neutralidade de emissões até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior.

A neutralidade zero (ou emissões líquidas zero) é alcançada quando todas as emissões de gases de efeito estufa que são causadas pelo homem alcançam o equilíbrio com a remoção desses gases da atmosfera, que acontece, por exemplo, restaurando florestas. Isso significa mudar a matriz energética para fontes sustentáveis que não dependem de queima de combustíveis fósseis em setores como transporte, geração de energia e na indústria.

Para outras fontes, a cada tonelada de gás carbônico emitida, uma tonelada deve ser compensada com medidas de proteção climática, com o plantio de árvores, por exemplo. Entre os principais temas a serem debatidos na COP26 estão o mercado de carbono e os procedimentos financeiros para alcançar a redução das emissões. (ABr)

Mais de 5 bi podem sofrer com escassez de água

Genebra (SUI) – Mais de 5 bilhões de pessoas poderão ter dificuldade de acesso à água em 2050, alertou ontem a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Em 2018, já eram 3,6 bilhões que não tinham acesso suficiente à água por pelo menos um mês, segundo novo relatório da organização.

A OMM insistiu ainda no fato de, nos últimos 20 anos, o armazenamento de água no solo ter diminuído um centímetro por ano, tendo em conta a superfície, o subsolo, mas também a umidade do solo, neve e o gelo.

As perdas mais significativas ocorrem na Antártica e na Groenlândia, mas “muitas áreas densamente povoadas, localizadas em latitudes mais baixas, estão sofrendo perdas significativas em lugares que geralmente fornecem abastecimento de água”, disse a OMM.

Essas perdas têm “consequências importantes para a segurança hídrica”, destacou a organização, sobretudo porque “a água doce utilizável e disponível representa apenas 0,5% da água presente na Terra”.

Ao mesmo tempo, os riscos relacionados à água aumentaram nas últimas duas décadas. Desde 2000, o número de desastres relacionados às inundações aumentou em 134%, em comparação com as duas décadas anteriores, mas o número e a duração das secas também aumentaram 29% no mesmo período. A maioria das mortes e danos econômicos causados pelas inundações ocorre na Ásia e a maioria dos problemas provocados pela seca, na África.

Para a OMM, é essencial investir tanto em sistemas que permitam melhor gestão dos recursos quanto em sistemas de alerta precoce. “Esses serviços, sistemas e investimentos ainda não são suficientes”, observou a organização.

Cerca de 60% dos serviços meteorológicos e hídricos nacionais – responsáveis pelo fornecimento de informações e alertas às autoridades e ao público em geral – “não dispõem de toda a capacidade necessária para prestar serviços climáticos ao setor das águas”.

A organização afirmou que em cerca de 40% dos países-membros “não há coleta de dados sobre as variáveis hídricas básicas” e em “67% deles não há dados hídricos disponíveis”.

Os sistemas de previsão e de alerta para a seca são inexistentes ou inadequados em pouco mais da metade dos países. Em um terço dos países-membros, os sistemas de previsão e alerta para enchentes de rios também são inexistentes ou inadequados. (ABr)

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