Agronegócio

Agro de Minas bate recorde de exportações e alcança a maior diversificação de destinos da história

O Estado embarcou US$ 16,4 bilhões de janeiro a outubro com um bem sucedido redirecionamento de mercados após o tarifaço de Trump
Agro de Minas bate recorde de exportações e alcança a maior diversificação de destinos da história
Exportação de café de Guaxupé para EUA saltou de US$ 55,2 milhões para US$ 58 milhões entre agosto e setembro de 2024 frente a este ano | Foto: Gustavo Facanalli / Empraba

Com o embarque recorde de US$ 16,4 bilhões de janeiro a outubro, o agronegócio de Minas Gerais alcançou outra importante marca para a economia mineira em 2025. Quinze países iniciaram as importações dos produtos do Estado, a exemplo da Bósnia, Malta, Tonga, Mongólia e Botsuana, marcando a maior diversificação de destinos da série histórica e um total de 175 destinos atendidos.

O resultado é ainda mais importante em um cenário de instabilidade no mercado internacional, frente ao vaivém de ameaças e sanções de Donald Trump, considerando que os EUA são um dos principais mercados consumidores de produtos mineiros, em especial café, sucos e carnes.

“Diante da redução das compras de alguns produtos pelos Estados Unidos, o agro mineiro demonstrou capacidade de reação rápida, redirecionando embarques para novos mercados”, aponta a assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Manoela Teixeira, que divulgou a balança comercial do agronegócio nesta segunda-feira (17).

Ampliação da base de clientes minimizou perdas

Houve expansão consistente em praticamente todos os grandes mercados, com destaque para Europa, Ásia, América do Sul e Oriente Médio. “Essa ampliação da base de clientes é fundamental para reduzir os riscos associados à concentração geográfica”, complementa a assessora técnica Manoela Teixeira.

O crescimento de 13% de janeiro a outubro sobre o mesmo período do ano passado foi ancorado pelo café, seguido dos complexo soja e sucroalcooleiro, carnes e produtos florestais. Já o volume embarcado somou 14 milhões de toneladas, com redução de 6,5%, na comparação com os meses de janeiro a outubro do ano anterior.

Apesar do recuo no volume, o Estado segue beneficiado pela valorização dos preços das commodities, em especial do café, do qual é líder absoluto das exportações, com 70% dos embarques nacionais.
O carro-chefe da pauta exportadora mineira – com mais de metade da receita – mantém suas cotações em alta desde o ano passado, devido à baixa oferta no mercado internacional e ao aumento do consumo mundial. O valor médio da tonelada saltou de US$ 4.108 para US$ 6.179.

Hoje, Minas é o terceiro estado que mais exporta produtos do agro, atrás apenas de Mato Grosso e São Paulo. Com 633 diferentes produtos agropecuários embarcados, Minas responde por quase 13% das divisas geradas pelo agro nacional.

“A tendência é que esse desempenho continue favorável, sustentado pelo ganho de produtividade nas lavouras, pela maior diversificação de mercados e pela ampliação gradual da base exportadora”, aponta a técnica, que vê com otimismo o recuo de Donald Trump em relação às tarifas recíprocas, que no caso da laranja zerou por exemplo a taxa imposta ao Brasil.

“A tarifa zerada tende a melhorar a competitividade, sobretudo em mercados mais sensíveis a preço. Porém, a recuperação depende também de fatores como disponibilidade interna de matéria-prima, contratos internacionais já estabelecidos e dinâmica de demanda nos principais destinos. A perspectiva é positiva, mas a recomposição deve ocorrer de forma gradual”, finaliza.

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