Agro mineiro terá R$ 1,4 bilhão disponível em crédito no BDMG

O governo de Minas Gerais anunciou, nesta segunda-feira (26), financiamento da ordem de R$ 1,4 bilhão em crédito para a nova Safra 2024/2025, que é considerado o maior volume de recursos já direcionado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) ao agro do Estado. Este montante é 15% superior ao total liberado pelo banco na última safra, quando foi da ordem de R$ 1,23 bilhão.
Com a disponibilização de crédito, espera-se que o capital chegue às cooperativas, produtores e empresas, incentivando o segmento do agronegócio no Estado, que responde por 22% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP). O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reforçou o crescimento do agro no Estado e destacou o papel do BDMG no desenvolvimento do setor.
“Nosso banco tem dado todo o apoio necessário ao segmento, o que não ocorria anteriormente. Em nossa gestão, passamos a financiar o produtor rural, trazendo facilidades e condições para que ele cresça, o que também resultou no crescimento do banco. Dessa forma, todos saem ganhando”, avaliou o governador.
Zema também enfatizou que a produção agropecuária em Minas Gerais está cada vez mais diversificada, com novos produtos sendo introduzidos em todas as regiões do Estado. “E isso contribui para a criação de empregos, que implica em desenvolvimento, tanto econômico quanto social, de toda Minas Gerais”, considerou o governador.
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O presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, estima que o setor do agronegócio representa cerca de 40% de todos os financiamentos realizados pelo banco nos últimos 12 meses, o que reforça a contribuição da instituição para o fomento do setor. “O BDMG garante o suporte aos produtores mineiros. Cada crédito se converte em mais desenvolvimento regional, emprego e renda na ponta, o que repercute em todas as regiões do Estado”, afirmou.
Plano Safra e o crédito do BDMG para o agro
Por meio do Plano Safra, o BDMG vai disponibilizar R$ 228 milhões em financiamentos em nove linhas de crédito destinadas a empresas e cooperativas do agro mineiro. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Fernando Passalio, acredita que, quando o Estado impulsiona o setor privado, “estamos diante da melhor forma de gerar emprego e melhorar a qualidade de vida da população. E é por manter esse foco que, neste governo, Minas Gerais caminha a passos largos na economia”, apontou ele.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Thales Fernandes, por sua vez, ressaltou a importância dos instrumentos de política agrícola no Estado, que têm impulsionado o desenvolvimento do setor que, além de crescer a cada ano, ainda gera emprego e renda para os mineiros.
“Os resultados evidenciam que a extensão rural e a assistência técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a pesquisa agropecuária liderada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a defesa agropecuária conduzida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além do crédito rural via BDMG, são prioridades para o Governo de Minas”, enumerou.
Crédito para o café
Para apoiar a produção de café, setor em que Minas Gerais é líder nacional, o BDMG oferece três tipos de crédito para o agro:
- Comercialização – que permite financiar cooperativas em valor equivalente à quantidade de produto armazenado para venda futura em melhores condições de mercado;
- FAC – para a compra do café diretamente dos produtores rurais;
- Capital de Giro.
Ao todo, serão R$ 231,7 milhões disponibilizados na nova safra.
Desde o ano safra 2018/2019, o BDMG desembolsa 100% dos recursos do Funcafé destinados ao banco e, nos últimos 10 anos, já são R$ 2,2 bilhões liberados nesta linha.
A partir dos recursos captados junto ao BDMG, a cooperativa MinaSul, localizada em Varginha, no Sul do Estado, e a segunda maior cooperativa exportadora de café no Brasil, garante acesso ao crédito com baixo custo aos seus 10 mil associados. Segundo o diretor financeiro da cooperativa, Marcelo Ramos, o banco tem um papel decisivo no fomento ao pequeno produtor.
“Todo o recurso que o BDMG disponibiliza é de apoio ao cooperado. O Funcafé nos permite comprar direto do produtor e, assim, dar liquidez quando desejamos vender o produto. A linha de estocagem garante que o produtor possa armazenar o café para vender depois, quando ele espera que o preço vá melhorar no futuro. O crédito que captamos junto ao BDMG tem taxas mais baixas em relação ao mercado e prazos adequados”, disse Ramos.
BDMG busca desenvolver o agro com crédito
O BDMG, vinculado à Sede-MG, também oferece linhas de crédito para armazenagem de grãos; incorporação de inovação tecnológica nas propriedades rurais; incentivo à agricultura sustentável, modernização da agricultura, entre outras iniciativas. O banco utiliza recursos do Plano Safra, Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), além de capital próprio.
Na última safra em Minas Gerais, 20% dos financiamentos contratados pelo Plano Safra foram para construção de armazéns. Em um deles, a Cooperativa dos Produtores Rurais do Prata (Cooprata), no Triângulo Mineiro, que reúne mais de 1,8 mil associados na produção de laticínios, teve o apoio do banco para a construção de quatro silos. Com o novo empreendimento, o faturamento da cooperativa vai aumentar em 20% no primeiro ano de operação.
“Os silos vão baratear o transporte para os produtores que irão pagar menos frete para descarregar a produção, além de diminuir o custo dos que precisavam se deslocar para cidades vizinhas para estocar milho, soja e sorgo”, explicou o administrador financeiro da Cooprata, Valdenir Moura.
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