Agronegócio

Agronegócio mineiro bate o recorde de exportações

Faturamento dos embarques de janeiro a abril chegou a US$ 4,69 bi, um salto de 49%
Agronegócio mineiro bate o recorde de exportações
Foto: Ivan Bueno/APPA

As exportações do agronegócio de Minas Gerais apresentaram novo recorde. Entre janeiro e abril, foi verificada alta de 49% no faturamento, alcançando a cifra de US$ 4,69 bilhões. O aumento foi estimulado pela valorização dos preços da tonelada dos produtos agrícolas e pecuários. A tonelada foi negociada, em média, a US$ 1.229, superando em 48,9% o valor registrado entre janeiro e abril de 2021.

Ao todo, foram exportadas 3,8 milhões de toneladas de produtos, variação positiva de apenas 0,1%. Dentre os itens embarcados para o exterior, destaque para o café, complexo soja e grupo das carnes.

De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os embarques do setor responderam por 36,9% do faturamento gerado com os envios totais feitos por Minas Gerais no período, que foi de US$ 11,8 bilhões e ficou 6% maior. 

A assessora técnica da Seapa Manoela Teixeira de Oliveira explica que as vendas do agronegócio bateram recordes.

“Mais uma vez, as vendas do setor foram recordes e contabilizaram, para o acumulado do ano, o melhor desempenho de toda a série histórica observada desde 1997.O cenário positivo para as exportações, principalmente do agro, vem ancorado na volta das atividades comerciais no mundo, na alta demanda por alimentos e pelas consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia, importantes fornecedores do mercado agro, que num efeito cascata, elevou a maioria dos preços das commodities”, analisa.

Ainda segundo Manoela, os produtos da agricultura e pecuária de Minas Gerais foram destinados a 155 países. “O ranking de principais parceiros comerciais foi liderado por China (US$ 1, 2 bilhão), Alemanha (US$ 557 milhões), Estados Unidos (US$ 535 milhões), Bélgica (US$ 322 milhões) e Itália (US$ 270 milhões). Todos esses parceiros aumentaram suas compras em mais de 50% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, diz.

Entre janeiro e abril, as importações do setor agropecuário caíram 4,79% em valor, US$ 304,1 milhões, e 11,64% em volume, 269,5 mil toneladas.

No encerramento dos primeiros quatro meses do ano, a balança comercial do setor fechou com saldo positivo de US$ 4,3 bilhões, valor 55,06% superior ao registrado em igual intervalo do ano passado.

Fertilizantes sob observação

Apesar dos resultados positivos, a situação dos fertilizantes, insumo essencial para a produção, precisa continuar a ser observada. A importação do produto não entra na balança do agronegócio, já que é classificado como produtos químicos e vem nas importações totais de Minas Gerais.  

“Sobre os fertilizantes, ainda precisamos de atenção. O cenário segue de aumento das compras e preços elevados”.

As compras de adubos e fertilizantes somaram US$ 336 milhões e 518 mil toneladas. Foram registrados 23 países fornecedores do insumo. Os principais foram: a Rússia, com faturamento de US$ 83 milhões e um volume de 116 mil toneladas, seguida pelo Canadá (US$ 78 milhões e 104 mil toneladas) e Nigéria (US$ 25 milhões e 31 mil toneladas). O preço médio da tonelada de adubos foi de US$ 648.

Café responde por mais da metade do faturamento

Entre os produtos exportados, o café movimentou o maior valor. Ao todo, os embarques geraram US$ 2,4 bilhões, superando em 66,2% o valor registrado em igual intervalo do ano passado. Foram embarcadas 614,5 mil toneladas, volume 3,6% inferior. Somente o grão respondeu por 51,9% das exportações do agronegócio.

“Os números do café estão bons, mesmo com problemas de logística que o setor vem enfrentando, influenciados por antigos desafios e acentuados pela guerra, como a menor disponibilidade de contêineres”, diz a assessora técnica da Seapa, Manoela Teixeira de Oliveira.

Destaque também para os preços valorizados do café no mercado internacional. Após perdas na produção, resultado de uma bienalidade negativa que foi agravada pelo clima desfavorável, a tonelada do grão foi negociada, em média, a US$ 3.964, ante os US$ 2.299 registrados anteriormente, alta de 72,42%.

As exportações mineiras do complexo soja também ficaram maiores. A receita cresceu 41,2%, chegando a US$ 1,12 bilhão. Em volume, a alta ficou em 7,4%, com 1,9 milhão de toneladas embarcadas.

“O complexo soja ocupou o 2º lugar no ranking da pauta exportadora do agro. A receita obtida foi a melhor marca alcançada nas vendas no primeiro quadrimestre da série histórica. A China, mais uma vez, foi destaque, já que aumentou em 50% as aquisições desse segmento, principalmente do grão, e representou cerca de 80% dos embarques”.

No grupo das carnes, responsável por 10,5% da receita gerada com os embarques do setor, o faturamento chegou a US$ 492,3 milhões, alta de 56,2%. Em volume, as exportações atingiram 130 mil toneladas, variação positiva de 20,3%. A tonelada foi cotada a US$ 3.773, superando os US$ 2.904 praticados no primeiro quadrimestre de 2021.

No período, os embarques de carne bovina cresceram 65,9% em valor, que ficou em US$ 372,3 milhões. Foram exportadas 66,5 mil toneladas, volume 30% maior que o registrado anteriormente.

A exportação de carne de frango cresceu 40,9% em receita, que alcançou US$ 104,7 milhões. O volume embarcado, 56,5 mil toneladas, aumentou 15%.

Ao contrário das carnes de frango e bovina, as negociações de carne suína com o mercado externo recuaram. No período, os embarques movimentaram US$ 11,03 milhões, retração de 12%. Em volume, foi verificada queda de 12,1% e exportação de 5,4 mil toneladas.

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