Agronegócio

Após recorde, safra de grãos 2023/24 deve cair 2,3% em Minas Gerais

Primeiros levantamentos da Conab apontam que Estado vai colher 18,2 milhões de toneladas no atual ciclo
Após recorde, safra de grãos 2023/24 deve cair 2,3% em Minas Gerais
Soja vai ser o destaque da safra 2023/24 no Estado com previsão de aumento de 0,4% na produção, podendo alcançar 8,37 milhões de toneladas; área produtiva será 3,1% maior no Estado | Crédito: REUTERS/Roberto Samora

Os primeiros levantamentos da safra de grãos, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam que Minas Gerais, após uma safra recorde na temporada 2022/23, vai colher 2,3% a menos no atual período produtivo. Com a estimativa inicial de queda, a produção deve alcançar 18,2 milhões de toneladas. 

A queda na safra 2023/24 vem sendo provocada por uma estimativa de redução de 2,3% na produtividade geral da temporada. Conforme a Conab, o rendimento médio na safra de grãos deve chegar a 4,1 toneladas por hectare. Conforme os dados do 2° Levantamento da Safra de Grãos 2023/24, até o momento, as chuvas estão favoráveis para a produção.

No que se refere à área em produção, serão utilizados pelos produtores mineiros 4,3 milhões de hectares na safra de grãos, representando, assim, uma pequena alta de 0,5% frente à área da última temporada. 

Safra de grão em Minas terá a soja como destaque

Conforme os dados, a safra de soja será o destaque em Minas Gerais. A previsão é de um aumento de 0,4% na produção, podendo alcançar 8,37 milhões de toneladas. A área produtiva foi estimada em 2,23 milhões de hectares, 3,1% maior. A estimativa inicial é colher 3,74 toneladas de soja por hectare, gerando, assim, uma queda de 2,6%.

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De acordo com o gerente de acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos, em Minas Gerais, assim como no Brasil, nos últimos anos, a soja vem ganhando espaço. A maior rentabilidade e a liquidez da cultura têm atraído cada vez mais produtores rurais, que privilegiam o plantio da leguminosa, principalmente, sobre as áreas de feijão, de milho primeira safra e pastagens

“A tendência de alta na área de soja se dá em áreas de pastagem degradadas e em troca de áreas com outras culturas, como o milho, por exemplo”, explicou.

Produção de milho será menor na safra atual

A primeira safra de milho terá queda de 9% na produção, que pode chegar a 4,68 milhões de toneladas. A redução é resultado da queda de 4,3% na área, 748,1 mil hectares. A produtividade para a primeira safra de milho está estimada em 6,2 toneladas por hectare, 4,9% menor que a registrada na primeira safra do ano passado.

De acordo com a Conab, a queda na área plantada da primeira safra se deve à migração dessas áreas para a soja.

Na segunda safra, a área, 409 mil hectares, tende a recuar 3,3%. A colheita será de 2,8 milhões de toneladas de milho segunda safra, um aumento de 1,7%.

A previsão inicial, que tende a ser revisada, é que a produção de milho total, em Minas Gerais, chegue a 7,5 milhões de toneladas, resultando, então, em um volume 5,2% menor que na safra anterior. 

“Nas safras de milho, haverá redução de área, inclusive, na segunda safra. Na primeira safra, a lacuna deve ser preenchida com outros cultivos, como a soja e feijão. Para segunda, o sorgo”, explicou Vasconcellos.

Feijão e algodão

Assim como no milho, o feijão também tende a ter uma produção menor. Estimativa da Conab para a primeira safra do grão indica uma produção de 214 mil toneladas, retração de 2,9%. A produtividade tende a cair 2,1% com a colheita de 1,4 toneladas por hectares. A área plantada ficou 0,9% menor, atingindo 145,5 mil hectares. A concorrência com outras culturas justifica o menor volume.

Na safra de grãos 2023/24, ao todo, a estimativa preliminar da Conab aponta para um volume total de feijão, em Minas, de 552,1 mil toneladas, 0,2% a menos. 

Para o algodão, a estimativa é de um recuo de 11,5% na produção, chegando a 110 mil toneladas. A área de cultivo está estimada em 25,8 mil hectares e se manteve estável. A produtividade, 4,2 toneladas por hectare, tende a cair 11,5%. A produção de pluma será de 64,5 mil toneladas, aumento de 11,5% a menos.

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