Agronegócio

Arroz, trigo e abóbora serão biofortificados com micronutrientes

A biofortificação, realizada a partir de melhoramento convencional no Brasil, tende a resultar em variedades com melhor produtividade
Arroz, trigo e abóbora serão biofortificados com micronutrientes
Crédito: Pascal Rossignol/Reuters

A próxima fase de uma rede de projetos da Embrapa responsável pelo desenvolvimento de alimentos biofortificados com ferro, zinco e vitamina A – a Rede BioFort – terá como prioridade a finalização do melhoramento para as culturas de arroz, trigo e abóbora. O aumento dos teores de micronutrientes visa minimizar os impactos das deficiências nutricionais que causam doenças em decorrência da chamada “fome oculta”, principalmente nas populações mais vulneráveis.

No Brasil, a pesquisa trabalha com oito alimentos básicos, tendo sido responsável, desde 2002, pelo lançamento de 14 cultivares para culturas como mandioca, feijão, feijão-caupi, batata-doce e milho. A biofortificação, realizada a partir de melhoramento convencional no Brasil, tende a resultar em variedades com melhor produtividade e mais adaptada a contextos de mudanças climáticas.

“No Brasil, os cultivos, além de serem bons nutricionalmente, precisam ter características que sejam de interesse para o agricultor, como alto rendimento, resistência a flexibilidade e tolerância ao estresse; para o consumidor, como aparência, sabor e tempo de cozimento; e para a indústria. No caso de grãos, rendimento e moagem, além de diversos usos como matéria-prima”, explica a pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e líder do projeto, Marília Nutti.

Outra prioridade nos próximos anos será a melhoria da oferta e distribuição de sementes, ainda um gargalo para a capilarização da Rede BioFort, bem como o aumento de parcerias. Estratégias de comunicação, com públicos internos e externos, também devem ser trabalhadas, especialmente para popularizar o conceito de biofortificação e distanciamento da transgenia – não trabalhada pela Rede no País.

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Criado em 2002, o BioFort teve início para melhoria dos teores nutricionais em mandioca, milho e feijão. A iniciativa fez parte do programa HarvestPlus – consórcio de pesquisa com atuação na América Latina, África e Ásia com recursos da Fundação Bill e Melinda Gates, Banco Mundial e agências internacionais de desenvolvimento – e estava ligada a um programa mundial de biofortificação.

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